
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: galo-da-campina, galo-de-campina, cardeal-do-nordeste, cabeça-de-fita, cabeça-vermelha
Nome científico: Paroaria dominicana
Estado de conservação: "pouco preocupante" na lista da IUCN
Com três ou quatro cliques e cerca de R$ 200 qualquer um compra um galo-da-campina pela internet. Esse comércio fácil incentiva a captura de mais animais. E lá vai o galo-da-campina para o topo da lista das aves mais traficadas no Brasil. Os compradores são atraídos pela beleza de sua plumagem e de seu canto e o bichinho vai parar na gaiola. Como sua reprodução ainda não é plenamente dominada em cativeiro, quase todos os galos-da-campina que estão hoje em gaiolas são originários da natureza.
O galo-da-campina é um pássaro pequeno – mede cerca de 17 centímetros – e muito bonito. A plumagem da cabeça é vermelha, sendo que o macho apresenta um vermelho mais escuro que o da fêmea. O dorso e as asas são cinza e o peito é branco.
Assim como os pássaros do gênero Gubernatrix, os representantes do gênero Paroaria são conhecidos popularmente como “cardeais”, certamente pela plumagem colorida da cabeça, que lembra a indumentária vermelha dos religiosos.
O nosso galo-da-campina também é conhecido como “cardeal-do-nordeste”, pois é uma espécie endêmica da Caatinga. Sua distribuição original ocorria apenas no Nordeste, mas pela Bahia acabou se espalhando e chegou a Minas Gerais. Foi solto em municípios do Sudeste e hoje é encontrado até em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
A alimentação do pequeno pássaro é baseada em sementes e, quando ele está no seu território original, também de frutas típicas da região, como seriguela e caju. Ele cata as sementes no chão, andando e saltitando para escolher as mais apetitosas. Para seu azar, o galo-da-campina também aprende a comer em comedouros e se torna muito dócil.
Ele atinge a maturidade sexual aos 10 meses e durante a reprodução vive com exclusividade com uma única fêmea. Tem de duas a quatro ninhadas por temporada e cada uma delas geralmente tem dois ou três ovos. Os filhotes nascem depois de 13 dias. Se tiverem sorte, escaparão dos traficantes e viverão livres na natureza.