
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: cateto, porco-do-mato, caititu, pecari
Nome científico: Pecari tajacu
Estado de conservação: não consta da lista vermelha da IUCN nem da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Tem gente que acha que é tudo "porco-do-mato". Mas não é bem assim. As pessoas costumam colocar nessa categoria três animais diferentes: o javali (Sus scrofa), que não é nativo do Brasil e é da família Suidae, e os nativos queixada (Tayassu pecari) e cateto (Pecari tajacu), ambos da família Tayassuidae. Eles se diferem dos membros da família Suidae, que além dos javalis inclui os porcos domésticos, pela presença de uma glândula próxima à cauda que produz uma secreção de cheiro forte para marcar território e reconhecer indivíduos, pelas presas voltadas para baixo (as dos suídeos são mais longas e curvadas e voltadas para cima) e pelo número de filhotes, normalmente dois, enquanto os suídeos chegam a 12 por ninhada.
Um jeito bem fácil de diferenciar o cateto do queixada e do javali é ver se o animal tem um colar de pelos brancos em volta do pescoço. Se tiver, é ele, o cateto. O cateto não tem rabo, pesa cerca de 20 kg, mede cerca de um metro de comprimento e tem de 30 cm a 50 cm de altura.
O cateto vive em diferentes habitat, como florestas, cerrados, savanas e desertos. Vive em bandos de até 15 indivíduos e, como tem a visão ruim, usa seu ótimo olfato para manter o grupo unido, com a demarcação de território feita pela secreção daquela glândula odorífera. O grupo é sempre muito unido, andando e procurando frutas juntos, batendo dentes ou latindo como um cachorro no caso de invasão de seu território ou quando se sentem ameaçados. Mas o cateto é um animal dócil e simpático, que chega a ser criado como animal doméstico no interior do Brasil.
Normalmente, o cateto é mais ativo no início da manhã e no fim da tarde. Em regiões de calor mais forte, como a Caatinga e o Cerrado, ele adota hábitos mais noturnos. Se esconde em buracos no chão ou em troncos ocos. O olfato também é usado para encontrar alimentos. O cateto é frugívoro e sua dieta varia de acordo com o habitat onde vive. Geralmente inclui plantas verdes, raízes, frutos e sementes. Pela sua alimentação com frutos e sementes, o cateto desempenha um importante papel ecológico como dispersor de sementes, além de controlar a diversidade de espécies de plantas.
Depois de uma gestação de cerca de 140 dias, as fêmeas geralmente têm dois filhotes gêmeos, macho e fêmea. Passada apenas uma hora do parto, eles já conseguem seguir a mãe. Até os seis meses vão se alimentar exclusivamente de leite materno. A partir daí começar a comer outros alimentos também.