
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: cachorro-vinagre, cachorro-do-mato-vinagre
Nome científico: Speothos venaticus
Estado de conservação: “quase ameaçado” na lista vermelha da IUCN e “vulnerável” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
O cachorro-vinagre é uma espécie pouco estudada que ocorre do Panamá ao norte do Estado do Paraná, no Paraguai, norte da Argentina, no oeste da Bolívia, no Peru e no Equador. Aqui no Brasil é encontrado principalmente no Pantanal, na Amazônia e no Cerrado e com uma ocorrência um pouco menor na Mata Atlântica. Mas é um animal difícil de ser avistado na natureza e sua população está em declínio. Muitas são as ameças sobre o cachorro-vinagre: destruição e fragmentação de seu habitat, abate por cães e humanos, doenças transmitidas por animais domésticos, atropelamentos e caça excessiva de suas presas.
A espécie é exclusivamente carnívora e caça em grupo. Uma de suas principais presas é o tatu-galinha (Dasypus novemcintus), mas também fazem parte de sua dieta roedores como a paca e a cotia, aves, anfíbios, répteis e até crustáceos. O cachorro-vinagre é um animal semiaquático e tem os dedos ligados por membranas, o que dá a ele ótima capacidade de nado e mergulho.
Com porte pequeno, o vinagre tem os membros curtos, o corpo atarracado, orelhas arredondadas e uma cauda curta que o diferencia dos demais canídeos. Vive em grupos de dois a doze indivíduos com forte estrutura hierárquica e comunicação entre eles realizada por meio de um grande repertório de latidos. É animal de hábitos diurnos e dorme em tocas ou cavidades de árvores.
O período de gestação da fêmea varia de 65 a 80 dias e as ninhadas são formadas de um a seis crias. Os filhotes nascem em tocas e são alimentados pelos adultos durante cerca de cinco meses. O tempo médio de vida do cachorro-vinagre é de 10 anos.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mantém o Plano de Ação Nacional para a Conservação do Cachorro-vinagre (PAN Cachorro-vinagre) com o objetivo de reduzir a vulnerabilidade da espécie, que está em situação “vulnerável” no país e “criticamente ameaçada” em Minas Gerais.
Mas, por que esse canídeo silvestre é chamado de vinagre, você deve estar se perguntando. Simples: o nome vem do forte cheiro de vinagre exalado por sua urina.