
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: baleia-franca, baleia-franca-austral, baleia-franca-do-sul
Nome científico: Eubalaena australis
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e “em perigo” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
No século XVI, o Brasil era uma colônia que começava a engatinhar e já iniciava um massacre de baleias-francas que durou até 1973. Na época do Brasil-Colônia, as baleias eram abundantes nas baías e enseadas da costa brasileira e o óleo obtido a partir da camada de gordura delas era precioso, usado para iluminação, na lubrificação e na fabricação de argamassa.
E a caça para obtenção desse óleo era feita de forma cruel. A baleia era arpoada e arrastada pelo barco baleeiro por horas até ser golpeada com uma lança de ferro para sangrar e morrer. A prática acontecia nas águas que iam da Bahia até Santa Catarina.
Hoje, felizmente, a caça não é mais permitida e a baleia-franca é alvo do turismo de observação. Durante a temporada reprodutiva da espécie no Brasil, de julho a novembro, e, especialmente entre a segunda quinzena de agosto e primeira quinzena de outubro, é possível avistar mães e filhotes nadando em paralelo à costa, mostrando a cauda, dando saltos e esguichando água, muitas vezes bem perto da praia. A área de maior concentração dessas baleias é na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, no litoral catarinense.
As baleias-francas são realmente grandes, chegando a atingir mais de 17 m de comprimento e 60 t. Isso as fêmeas, que são maiores que os machos – eles atingem "apenas" até as 45 t. A camada de gordura que reveste o corpo dessas baleias e atraiu tantos caçadores é realmente grande, podendo chegar a 40 cm. Uma característica marcante das francas são as verrugas que trazem na cabeça. Baleias, é bom lembrar, são mamíferos que vivem na água, com pulmões e tendo de subir à superfície para respirar. Nesse momento, a baleia-franca mostra outra de suas características: o esguicho de água em forma de "v", resultado do ar quente expelido rapidamente.
Para se alimentar a baleia-franca “filtra” o alimento nadando lentamente com a boca aberta e deixando a água passar pelas cerdas expostas que capturam os pequenos organismos como o krill que compõem a sua dieta. Durante o verão, as baleias-francas se alimentam em regiões subantárticas. No invernos, elas migram para áreas tropicais e subtropicais, onde acasalam e procriam.
A caça ilegal realizada até 1973 quase acabou com a população de baleias francas na costa brasileira. A população atual é muito pequena em comparação com as estimativas originais, representando menos de 10%. Por isso a espécie é considerada "em perigo" na avaliação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).