
Por Luciana Ribeiro
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Nomes populares: arara-canindé, arara-amarela, arara-de-barriga-amarela, arara-azul-e-amarela, araraí, arari e canindé
Nome científico: Ara ararauna
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e não consta da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Ela é linda e dócil. E por isso é muito apreciada como ave de gaiola. O que vai totalmente contra a sua natureza, afinal, a arara-canindé é uma grande voadora e costuma fazer extensas distâncias toda manhã e todo fim de tarde entre seu local de repouso e nidificação e o local de alimentação. Ela voa aos pares, ou em grupo de três – e normalmente o terceiro indivíduo é o filhote -, mas normalmente faz parte de um bando maior, de cerca de 30 aves.
A arara-canindé é bastante comum e facilmente reconhecida pela sua plumagem azul na parte dorsal e amarela na região do ventre. A cara é branca e o bico, negro. Ela mede cerca de 80 cm e tem uma cauda bastante longa. Vive na copa das árvores e gosta de fazer acrobacias no alto dos galhos. Alimenta-se de sementes e frutos, especialmente de algumas palmeiras, como o buriti, o tucum, a bocaiúva e o carandá, entre outras.
Sua ocorrência vai desde a Amazônia até o Paraná e é também encontrada no leste do Panamá, no norte da Colômbia, na Venezuela, nas Guianas, no Peru, na Bolívia, no norte da Argentina e do Paraguai e no oeste do Equador.
A arara-canindé é um animal longevo, vivendo cerca de 70 anos. No período entre dezembro e maio, faz seu ninho em buracos no alto do tronco de palmeiras mortas e põe dois ovos, que são chocados por cerca de 25 dias. Os filhotes nascem sem penugem, cegos e indefesos. Ficam no ninho durante três meses, sendo alimentados pelos pais. Mesmo despois de aprenderem a voar, continuam com seus pais durante o primeiro ano de vida. A maturidade sexual é atingida por volta dos três anos.
Seus principais predadores são aves de rapina de grande porte, como o gavião-real, e tucanos e primatas de médio porte, que podem apanhar ovos e filhotes.
A arara-canindé sempre foi admirada pelos índios. Além de ser personagem de alguns de seus mitos e lendas, ela é fornecedora de penas para cocares. E o hábito de manter essa ave em cativeiro começou já no Brasil Colônia, quando ter uma arara ou um papagaio era sinal de status e riqueza.