
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nome popular: anta
Nome científico: Tapirus terrestris
Estado de conservação: “vulnerável” na lista vermelha da IUCN e na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção)
A anta é um animal fascinante. Os índios sempre souberam disso. Tanto que o nome indígena para a Via Láctea era “Tapi'i rapé”, que quer dizer “caminho da anta”. Talvez porque de caminhos a anta entende. Ela abre trilhas na mata que são usadas pelos índios e muitas de nossas estradas surgiram a partir desses caminhos criados pelas antas. (Depois desta, você só vai chamar alguém de anta quando quiser elogiar, certo?)
Além disso, a anta é um importante dispersor de sementes de árvores de grande porte. Bem, várias espécies são dispersoras de semente, então a anta é apenas mais uma, dirá você. Mas não é bem assim. Espécies pequenas, como pássaros, morcegos e pequenos símios, dispersam sementes pequenas. As grande árvores de madeira dura têm sementes grandes, que só são dispersadas por grandes animais. E só para ter uma ideia da importância disso, vale lembrar que são as árvores grandes as responsáveis pela maior parte da renovação de gás carbônico de uma floresta. Ponto para a anta.
A anta é um animal solitário que pode viver até 35 anos. Tem hábitos noturnos, descansa durante o dia e sai para se alimentar à noite. Na hora de comer, muitas plantas e sementes. Ela é herbívora e tem uma predileção pelo fruto de palmeiras como o buriti, a juçara e o jerivá, entre outras. Vive em territórios de, em média, 5 km² e pode ser encontrada em quase todo o território nacional: na Amazônia, no Pantanal, na Mata Atlântica e no Cerrado.
Dona de uma pequena tromba, tem entre 1m70 e 2m de comprimento e chega a pesar 300 kg. Uma característica curiosa é que nas patas dianteiras ela tem quatro dedos e nas traseiras, três. As fêmeas têm apenas um filhote por gestação, que dura de 13 a 14 meses. O filhote nasce com cerca de 4 kg e com listras e manchas no corpo que desaparecem por volta dos oito meses de vida, quando passa a ter a coloração marrom escura dos adultos. Essa baixa taxa de natalidade torna a espécie ainda mais vulnerável.
Os predadores naturais da anta são os grandes felinos como a onça-parda e a onça-pintada. Mas se a anta hoje se encontra em um estado de conservação vulnerável, não é por conta da ação de onças e sim pela ação humana. As grandes ameaças para a anta atualmente são os atropelamentos, a caça e a devastação de habitat causada pelo agronegócio.