Por Luciana Ribeiro
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Nomes populares: águia-cinzenta, águia-coroada
Nome científico: Urubitinga coronata (Buteogallus coronatus, gênero considerado por alguns pesquisadores do exterior, e Harpyhaliaetus coronatus até 2011)
Estado de conservação: “em perigo” na lista vermelha da IUCN e “em perigo” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Imponente, com um penacho em forma de coroa, a águia-cinzenta é uma das maiores aves de rapina encontradas no Brasil. E uma das mais raras também. A espécie, que por seu porte precisa de presas grandes e uma área de vida de cerca de 500 km² para alimentação e reprodução, está ameaçada pela perda de habitat, pelo tráfico e pela contaminação por agrotóxicos. Ela ocorre numa área que vai da Argentina até a Bolívia, passando pelas regiões Centro-oeste, Sudeste e Sul do Brasil, mas estima-se que sua população global seja no máximo de mil indivíduos maduros, com 60% desse total ocorrendo em território brasileiro.
A águia-cinzenta chega a medir 85 cm de comprimento e pode pesar até três quilos. Sua plumagem, como o nome popular sugere, é cinza-chumbo e a cauda apresenta uma faixa branca, bem visível quando voa. Ela vive solitária ou em casais e passa a maior parte do dia pousada em galhos altos. Sua vocalização, usada como alarme, é um grito agudo.
Predadora, se alimenta principalmente de mamíferos – gambás, tatus, lebres e ratos silvestres – aves e répteis, especialmente cobras. Eventualmente consome carcaças de animais atropelados na beira de estradas ou de animais domésticos.
O ninho da águia-cinzenta é construído com galhos e ramos em uma árvore alta e ali é colocado apenas um ovo por período reprodutivo, que fica em incubação por 40 dias. Como o filhote fica dependente dos pais durante mais de um ano, o intervalo entre as reproduções é de pelo menos dois anos. Essa baixa taxa de natalidade também contribui para a raridade desta ave.