
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: jataí, jataí-amarela, abelha-ouro, jati
Nome científico: Tetragonisca angustula
Estado de conservação: não consta na lista vermelha da IUCN nem na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Ela é bem pequenininha, mede não mais que 5 milímetros, sim, milímetros. Mas o seu trabalho de polinização é enorme. Ela é a jataí, uma de nossas abelhas nativas, que, como todas nossas abelhas nativas (também chamadas de indígenas) é uma abelha sem ferrão.
A jataí é uma das abelhas nativas mais conhecidas, pois tem sua distribuição por quase todo o país. Ela é encontrada desde a América Central até a América do Sul. Além disso, é uma espécie bastante rústica, que se adapta facilmente a diversos habitat, inclusive os urbanos, fazendo seus ninhos em ocos de árvores, mas também em postes, caixas de luz, buraquinhos no muro…
E não é difícil identificar um ninho de jataí. A entrada da colônia é feita por um tubinho de cerume. Durante o período de atividade da colônia há sempre várias abelhas trabalhando esse tubo e uma ou duas ocupando o papel de “guardiã”. É uma sentinela controlando a entrada e a saída das operárias, que fica em voo estacionado próximo ao tubinho.
As abelhas forrageiras, que ficam entrando e saindo da colmeia numa movimentação frenética, coletam principalmente néctar, pólen e resina de plantas. Elas costumam voar por até 600 metros de distância para encontrar seu alimento. E é assim que elas acabam sendo as responsáveis pela polinização de 30% a 80% das plantas em seus biomas.
A jataí é um meliponídeo da tribo trigonini. Isso quer dizer que a formação de uma nova rainha da espécie é feita por meio de uma célula real, ou seja, uma célula de cria de tamanho maior. A abelha que ali nasce é a princesa, que, quando adulta, poderá sair do ninho com um pequeno grupo de operárias para a formação de uma nova colmeia, onde ela será a rainha, num fenômeno chamado de enxameação.
Assim como muita gente que casa, mas continua indo comer na casa da mãe, esse grupo forma o novo ninho em um lugar próximo da colônia mãe para usufruir de seus recursos – pólen, mel e cera – durante um período que pode durar de uma semana a seis meses. Mas como a colônia da mãe não produz outro enxame enquanto o novo ninho é dependente dela, assim que a nova colmeia estiver pronta, a conexão é cortada.
A jataí tem o corpo amarelo dourado e as corbículas, parte da pata onde o pólen é recolhido, pretas. Ela convive bem com outras espécies nativas e mesmo com Apis mellifera (abelha-europeia).