O tempo e o custo para mapear as espécies de animais do planeta

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
02 de março de 2011
É comum encontrar em artigos científicos, pesquisas e matérias jornalísticas a afirmação que a ação humana tem causado uma onda de extinção de espécies, tanto da fauna quanto da flora, que causa enormes prejuízos para o meio ambiente – como desequilíbrio de ecossistemas – e ao desenvolvimento de produtos e recursos que poderiam ser de suma importância para a sociedade – como remédios, por exemplo.

A falta de conhecimento sobre o potencial da biodiversidade mundial faz com que esse prejuízo seja dimensionado por estimativas; afinal ainda não temos uma noção real do número de espécies existentes no planeta. Pois o trabalho de uma dupla de biólogos brasileiros da Universidade de São Paulo (Antonio Carlos Marques e Fernando Carbayo), que calcularam o custo para mapear as espécies de animais ainda desconhecidas em todo o mundo, foi alvo de uma matéria publicada em 1º de março na página C13 da Folha de S. Paulo – “Dupla calcula custo de mapear espécies”.
Tapaculo-serrrano: espécie descrita recentemente em Minas Gerais

Imagem: David Alker/Divulgação
De acordo com a matéria do jornalista Reinaldo José Lopes, os pesquisadores partiram de estimativas que propõem haver dois milhões de espécies já descritas e cinco milhões ainda desconhecidas. Para os biólogos, seriam necessários R$ 430 bilhões.

Mas, segundo Marques, a questão do financiamento para a descoberta e a identificação de novos animais não é o principal problema. A falta de especialistas em descrição de espécies – taxonomistas – faria com que a tarefa de descrever todas as espécies animais do planeta se tornasse uma jornada épica a ser concluída em 360 anos!

Será que com o atual grau de destruição dos hábitats, a caça e pesca sem controle e o tráfico de animais, aliados à falta de taxonomistas e à ausência de políticas públicas realmente interessadas em investir nesse campo do conhecimento serão encontradas as cinco milhões de novas espécies daqui a 360 anos

CuriosidadeDados publicados pelo Ministério do Meio Ambiente (GEO Brasil 2002 – Perspectivas do meio ambiente no Brasil), o total projetado de espécies da biota mundial (não só animais) varia de 13 milhões a até 100 milhões – de acordo com a fonte consultada.

Agora sim dá para ter uma noção da ignorância humana perante a imensidão de conhecimento e riqueza que está disponível na natureza e é tão desprezada e descartada.

Leia a matéria da Folha de S. Paulo.

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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