O homem e seu lixo: assassinos silenciosos da fauna marinha

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
16 de fevereiro de 2012
Quando as matérias jornalísticas abordam o problema da poluição nos oceanos, na maioria das vezes enfocam as conseqüências para o homem. Às vezes são tratados assuntos relacionados à saúde humana, pelo contato com água poluída ou com a ingestão de pescado contaminado. Outras vezes é a falta do próprio pescado, consequência da ação humana que insiste em tratar os mares como lixeiras.

Essas leituras representam um olhar antropocêntrico do problema da poluição nos oceanos. Já pensou em mudar um pouco esse olhar? Em tentar ler essa realidade pelo enfoque da fauna marinha?

Leão-marinho com lixo enroscado no pescoço
Foto: Hyper Science

“Um estudo sobre leões marinhos de Steller, que estão a ponto de serem extintos, descobriu que pedaços de plástico e borracha são os itens mais frequentemente amarrados nos pescoços dos animais, enquanto iscas de metal usadas na pesca de salmão são os itens mais frequentes ingeridos pelos animais.” – texto da matéria “Imagens chocantes mostram leão marinho sendo estrangulado por lixo”, publicada em 14 de fevereiro de 2012 pelo site Hype Science

Um vídeo, divulgado pelo Departamento de Pesca e Jogos do Alaska (EUA), relata os efeitos de laços, equipamentos de pesca e outros lixos nos leões-marinhos. Uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores é de que focas e leões-marinhos estão usando o mesmo caminho que o lixo.

Estranhando o fato de o lixo ter caminho? Pois ele tem:

““A probabilidade de isso acontecer parece muito remota, dado o tamanho do oceano, mas ainda acontece. Acho que isso tem a ver com as zonas de convergência”, afirma Williams (cientista Michael Williams). Restos oceânicos convergem formando ilhas, que atraem peixes que procuram abrigos e seus predadores, incluindo as focas.” – texto da Hyper Science

Mas não é só o lixo humano que tem matado animais marinhos. A pesca tem sua responsabilidade.

Educar a indústria da pesca é outra chave. Os leões marinhos frequentemente pegam iscas enquanto estão procurando comida fácil. De acordo com Jemison, ambos os pescadores comerciais e casuais perdem os salmões e suas iscas, linhas e ganchos para leões marinhos famintos.” – texto da Hyper Science

Lembre-se: pedaços de plástico e de borracha são os principais causadores desses problemas com leões-marinhos. E isso acontece com outros tantos animais, como as tartarugas-marinhas, que frequentemente engolem sacos plásticos imaginando tratar-se de águas-vivas. Essa responsabilidade é nossa, resultado do cuidado diário que temos com nossos detritos. Consumir menos, com consciência e reciclar mais ajudam.

Assista ao vídeo:

– Leia a matéria completa da Hyper Science

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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