
“A população de papagaios-do-peito-roxo quase dobrou no Parque Nacional das Araucárias, em Passos Maia e Ponte Serrada, neste início de mês de junho, com a terceira soltura de animais, que ainda está em andamento.
Desde o dia 2 de junho especialistas e voluntários do Instituto Espaço Silvestre, uma organização não-governamental, estão monitorando 33 animais que estão sendo reintroduzidos em seu habitat. A ação faz parte do projeto de Reintrodução do papagaio-do-peito-roxo no Parque Nacional das Araucárias, uma área de conservação de 12,8 mil hectares, no Oeste Catarinense.
A primeira soltura, de 13 animais, foi em 2011. A segunda foi em 2012, com 30 animais. Com a atual, serão 76 papagaios.
De acordo com a diretora técnica da ONG e doutora em Comportamento e Bem Estar Animal, Vanessa Tavares Kanaan, a espécie já estava extinta no parque, pela ação humana. Os foram capturados para servir como animais de estimação, o que é proibido por lei.
– A espécie foi considerada extinta durante vinte anos – afirmou Vanessa.” – texto da matéria “Papagaios-de-peito-roxo são reintroduzidos em Parque no Oeste”, publicada em 9 de junho de 2015 pelo site do jornal Diário Catarinense
Solturas feitas com responsabilidade são trabalhosas e precisam de conhecimento técnico para obterem sucesso.
Para retornar à vida livre o caminho é longo e nem todas as aves conseguem trilhá-lo. Depois da seleção dos papagaios (a maioria foi apreendida em ações contra o tráfico de animais, seis vieram do Zoológico de Curitiba e uma era um filhote que se perdeu da família e foi resgatado em Ponte Serrada), eles passam por exames clínicos e laboratoriais, para, em seguida, começarem a ser adaptados à dieta disponível na floresta.
Outra atividade é a preparação comportamental, que inclui, por exemplo, a busca de alimentos, a capacitação para o voo, a interação social e a resposta à presença de predadores. Essa etapa dura, em média, quatro meses e inclui um dos condicionamentos mais importantes para os papagaios: evitar humanos e assim reduzir as chances de nova captura. A ideia é desassociar a presença de gente a carinho ou alimento e relacionar com estímulos desagradáveis, como sustos.
A última etapa é a ambientação dos papagaios no parque, que ocorre em um recinto construído em um trecho de floresta em estágio médio e avançado de regeneração. A área é caracterizada pela abundância de árvores com cavidades naturais (Ocotea porosa, a imbuia) e alimentação ideal (frutos, flores, folhas e sementes como de araucária no inverno).
E o trabalho não acaba com a soltura. Pelo contrário: começa o monitoramento.
“Foram instalados colares com radiofrequência em cada. Os moradores próximos ao Parque também foram orientados a anotar quando avistam os papagaios.
– Depois recolhemos o dados que vão nos ajudar a identificar os hábitos dessa população – afirmou Vanessa.” – texto do jornal Diário Catarinense
O Brasil precisa de muita seriedade no trato da fauna. Que o projeto do Instituto Espaço Silvestre sirva de exemplo.
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