No tráfico de animais, o Brasil também atua como receptador

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
05 de maio de 2011
Normalmente o Brasil é apontado como exportador de animais no criminoso mercado internacional de fauna silvestre, afinal a rica biodiversidade de nosso território chama a atenção de colecionadores, criadores de peixes ornamentais, laboratórios e institutos de pesquisas estrangeiros interessados em substâncias produzidas por insetos, répteis e anfíbios; e tantos outros “importadores”. Mas o país também contribui como comprador de exemplares da fauna de outros países.

No município de Água Clara, no Mato Grosso do Sul, patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal encontraram na tarde de 4 de maio, em um Pálio, 1.005 canários peruanos. As aves seriam levadas para Brasília afirmou Jonas Andrade, que assumiu ser o responsável pela carga – com ele havia outros três homens. “A Polícia Militar Ambiental tem dados que indicam que estes canários saem do Peru e Bolívia e são levados principalmente para Brasília e a região Nordeste para serem utilizados em rinhas”, informa a matéria do site MS Notícias.

Gaiolas no porta-malas do Palio no momento da apreensão
Foto: Divulgação Polícia Rodoviária Federal

Jonas foi multado em R$ 502.500 e responderá, em liberdade, por crime ambiental. Se for condenado, a pena prevista é de seis meses a um ano de detenção; punição que raramente é aplicada, sendo transformada em uma pena alternativa (como pagamento de cestas básicas ou trabalhos comunitários). A Polícia Civil de Água Clara continuará a investigar o caso para tentar localizar os demais envolvidos no tráfico.

As aves seriam encaminhadas para o Ibama
Foto: Divulgação Polícia Rodoviária Federal

Os pássaros seriam encaminhados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres do Ibama (se já é difícil para o poder público devolver à natureza animais nativos do Brasil, imagine essas aves!). Essa é a terceira grande apreensão de canários nos últimos oito meses. Em fevereiro também foram apreendidos 1.005 e em setembro do ano passado 1.236.

– Leia a matéria do MS Notícias.

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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