
Todo domingo, em incontáveis cidades brasileiras, gente de bem vai até a alguma feira do rolo. Nessas concentrações de comércio popular informal, é possível comprar e trocar objetos usados das mais diversas utilizadas. São peças de carros e de bicicletas, utensílios de cozinha, eletrônicos diversos e por aí vai. Em comunidades mais carentes, esse comércio de rua é uma boa alternativa para suprir carências e para auxiliar financeiramente a população.
Mas essas feiras têm uma face negra e cruel. Em muitas delas, quem deseja se envolver com o que há de pior na sociedade consegue. Há produtos deixados ali por ladrões, armas ilegais, contrabando e liberdades roubadas. Sim, muitas liberdades roubadas da natureza por traficantes de animais.
E os cidadãos que vão às feiras do rolo, talvez não tenham ideia da dimensão do dano que promovem ao comprar esses animais.
No domingo, equipes da Polícia Militar Ambiental estiveram na feira do rolo da comunidade Inferninho, em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo. Dois homens foram presos e 232 aves apreendidas. Dez delas já estavam mortas.
Quando as equipes chegaram ao local, realizando um cerco, havia cerca de 300 pessoas. Aqueles que estavam vendendo os animais, correram. De acordo com a PM Ambiental, um dos infratores informou que comercializa as aves no local pelo valor de R$ 70,00 cada e as adquiriu do motorista de um caminhão que estava na Rodovia Anhanguera, também na região de Osasco.
As aves, muitas delas de espécies não nativas do Estado de São Paulo, foram levadas para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres (Cras) do Parque Ecológico do Tietê. Com sorte, voltarão à vida livre.
Já os infratores… esses foram levados para o 1º DP de Osasco, de onde saíram para responderem pelos crimes em liberdade.
Injusto, não é? Mas saiba que tão ruim quanto a legislação para esses crimes é o fato de que a população é a grande responsável por existirem traficantes de animais. Só tem quem vende porque tem gente que compra.
– Leia o post sobre o caso publicado no perfil da PM Ambiental paulista no Facebook