Não importa se são drogas ou animais, o negócio é traficar

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
18 de março de 2014
“Denúncias anônimas levaram vários policiais militares, sob o comando do Subtenente Luiz Carlos de Souza, com o apoio do Sargento Almir, Sd- Elton, Sd- Reinaldo, Sd-Emmanuel e Sd-Rocha, a montar uma operação de guerra na comunidade de Lagoa Seca a 12 km da sede do município.

(…) Os policiais foram até uma residência e abordaram o suspeito identificado como Rafael Guilherme do Nascimento (30 anos) “Vulgo Preguiça”, e sua esposa Vitória Regia Elias Oliveira (34 anos).

Mais de 100 aves foram apreendidas
Foto: Guamaré em Dia

Os agentes realizaram com autorização dos acusados, buscas no imóvel e encontraram drogas tipo crack, celulares, chips de várias operadoras, dinheiro fracionados e mais de 100 espécies de animais silvestres no imóvel.” – texto da matéria “Casal acusado de tráfico é preso com drogas e mais de 100 espécies de animais silvestres.”, publicada em 13 de março de 2014 pelo blog Guamaré em Dia, do município de Guamaré (RN)

Em 2001, a ONG Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) publicou no 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico da Fauna Silvestre, em que há um capítulo específico para o tema – “Ligação com Outras Atividades Ilegais”.

“O comércio ilegal de animais silvestres está ligado a outros tipos de atividades ilegais, tais como drogas, armas, álcool e pedras precisas. Na América do Sul, os cartéis de drogas têm grande envolvimento com o comércio ilegal de fauna silvestre, muitas vezes se utilizam da fauna para transportarem seus produtos. Frequentemente são encontradas drogas dentro de animais vivos ou em suas peles.” – texto do Relatório

Como os métodos para traficar drogas e animais (os utilizados como bichos de estimação, principalmente) são semelhantes e as rotas coincidem, há muitas quadrilhas que atuam nos dois ramos do crime. De acordo com a Renctas, em 2001 havia entre 350 e 400 quadrilhas organizadas no comércio ilegal de fauna silvestre, sendo que, desse total, cerca de 40% possuem ligação com outras atividades ilegais.

Assim como o tráfico de drogas tem, historicamente, sido tratado como um problema exclusivamente policial, o mercado negro de fauna sofre do mesmo mal. Conscientizar a população dos problemas e consequências do comércio ilegal de silvestres pode demorar mais para dar resultados, mas com certeza eles são mais efetivos que a repressão pura. A fiscalização intensa é necessária, mas não pode ser a única ferramenta.

– Leia a matéria completa do Guamaré em Dia

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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