Na luta contra a cracolândia da fauna silvestre

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
24 de janeiro de 2012
Guardadas as devidas proporções, o comércio escancarado de animais silvestres na feira livre de Duque de Caixas, no estado do Rio de Janeiro, é muito similar ao escandaloso comércio de drogas na região da Luz da cidade de São Paulo, a cracolândia. Em ambos os locais, o tráfico (de animais ou de entorpecente) escancara para a sociedade a incompetência do poder público em lidar com o problema.

Sem educação ambiental e repressão competente, a venda de animais silvestres instalou-se há anos na tradicional feira fluminense.

Filhote de gavião carcará apreendido em 15 de janeiro de 2012 na feira livre de Duque de Caxias
Foto: Márcio Leandro

Sem uma política de prevenção ao uso de drogas e repressão competentes, a venda e o consumo de crack instalaram-se há anos na mais famosa cracolândia paulistana – afinal, não é a única!

Janeiro de 2012: Cracolândia, na região central de São Paulo
Foto: Nelson Antoine/Fotoarena

Assim como na cidade de São Paulo, onde o governo do Estado e a prefeitura se mobilizaram desde 3 de janeiro de 2012 para acabar com aquele cenário deprimente de seres humanos doentes e esquecidos, algo parecido começa a ser feito em Duque de Caxias:

“Rio – Apontada como maior centro de comércio ilegal de animais silvestres a céu aberto do País, a feira livre de Duque de Caxias, no bairro 25 de Agosto, vai, finalmente, ganhar um posto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O objetivo é fechar o cerco aos traficantes, inclusive internacionais, que, aos domingos, negociam animais da fauna brasileira, muitos em risco de extinção.

A força-tarefa envolve outros órgãos ambientais, municipais e estaduais, como o Batalhão de Polícia Florestal (BPFMA), a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).” – texto da matéria “Polícia, prefeitura e estado montam força-tarefa para controlar feira de Caxias”, publicado em 22 de janeiro de 2012 pelo jornal O Dia

Fiscais do Ibama na Feira de Duque de Caxias
Foto: Márcio Leandro

Da mesma forma como a ação na cracolândia foi marcada, inicialmente,
pela dura ação policial, a repressão se fará presente em Duque de
Caxias.

Janeiro de 2012: grávida na/da Cracolândia
Foto: Apu Gomes/Folhapress

Da mesma forma que se exige, na cracolândia, ações de resgate social e da área de saúde, espera-se que, em algum momento, o poder público atue na conscientização da população sobre os perigos à saúde humana e sobre os males aos ecossistemas envolvidos na compra de animais silvestres de traficantes.

Ou, como está acontecendo na cidade de São Paulo, a cracolândia da fauna silvestre de Duque de Caxias só vai mudar de endereço…

– Leia a matéria completa do jornal O Dia
– Leia a matéria da prefeitura de Duque de Caxias

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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