A notícia abaixo vale ser publicada na íntegra:
“Uma alta corte em Nova Delhi (Índia) está entrando para a história ao reconhecer que os pássaros têm o direito a “viver com dignidade”, voar para onde quiserem sem terem que ficar presos em uma gaiola, e de exercerem “direitos fundamentais” como o de serem protegidos da crueldade. As informações são do Ecorazzi.
“Tenho claro em minha mente que todos os pássaros têm os direitos fundamentais de voar nos céus e que os seres humanos não têm o direito de mantê-los presos em gaiolas para satisfazer os seus propósitos egoístas ou o que quer que seja”, declarou o Juiz Manmohan Singh.
A decisão foi tomada em relação a um caso no qual diversos pássaros foram resgatados de um homem chamado Md Mohazzim, que afirmava ser tutor dos animais mas a ONG People for Animals indicou que ele mantinha-os em pequenas gaiolas e vendia-os para obter lucro. Após as aves terem sido capturadas, o tribunal de primeira instância devolveu os pássaros para Mohazzim, levando a ONG a apelar da decisão em uma instância superior.
O outro tribunal emitiu a decisão, comentando que “esta corte tem a opinião de que realizar o comércio de pássaros é uma violação aos seus direitos. Eles merecem compaixão. Ninguém está se importando se eles foram vítimas de crueldade ou não, apesar de uma lei que diz que as aves têm o direito fundamental de voar e não podem ser engaiolados, e terão de ser soltos no céu. Pássaros têm direitos fundamentais que incluem o direito de viver com dignidade e não podem ser submetidos à crueldade por ninguém, incluindo a reivindicação feita pelo respondente (Mohazzim)”.
As autoridades de Nova Delhi, bem como Mohazzim, foram notificados sobre a decisão do tribunal e a sua resposta é solicitada até dia 28 de maio.
Esta não é a prieira vez que a Índia age no sentido de reconhecer os animais como seres sencientes com direitos fundamentais. O tribunal superior do país baniu os shows com golfinhos cativos em 2013, argumentando que eles têm um alto nível de inteligência que possibilita considerá-los “pessoas não humanas”. A produção de cosméticos testados em animais, o sacrifício de animais em rituais religiosos, o foie gras e as rinhas de cães também são proibidos no país, a fim de proteger os direitos básicos dos animais.” – matéria publicada em 26 de maio de 2015 pela Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda)
O caso mostra uma clara evolução na forma como a sociedade está encarando a cultura da criação de animais silvestres em cativeiro. É um início.
Uma pequena parte da população já considera inaceitável criar silvestres como bichos de estimação. Por conta disso, ONGs têm se mobilizado e conseguido sensibilizar alguns políticos e representantes do Judiciário. É assim na India e tem sido assim em quase todo mundo.
Essa leitura dos fatos não é simplesmente otimista. É factual, pois isso não quer dizer que as coisas estão mudando com rapidez e andando bem. A maioria das pessoas e o poder público ainda estão contaminados pelo hábito que permite o silvestre como pet. E pior, não há projetos ou política pública de educação ambiental para conscientizar a população e fazê-la mudar de cultura. Ainda há muito a ser feito, apesar da boa notícia.
– Leia a matéria no site da Anda