
Por Dimas Marques
Editor-chefe
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“Um caçador foi detido após ser flagrado com 8 armas de fogo, armadilhas para caça, facas e carne de animal silvestre, na sexta-feira (19), em Américo de Campos/SP.
Além das armas de caça os policiais encontraram uma pistola e um revólver.
As armadilhas apreendidas são do tipo “prende-perna”. Trata-se de um artefato de caça, que costuma ser colocado por caçadores em locais de passagem da fauna e que é acionado quando um animal pisa nela. No acionamento, as garras da armadilha se fecham sobre a perna do animal, esmagando-a e prendendo-a. Os dentes do mecanismo perfuram a carne e podem chegar ao osso, mutilando a pata ou a perna. O sofrimento do animal pode durar horas, que luta para se livrar da armadilha e sucumbe por exaustão e hemorragia.
O infrator foi conduzido à delegacia onde permaneceu preso à disposição da Justiça.” – texto de post publicado em 20 de junho de 2020 pela Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo em sua página no Facebook
A ação da PM aconteceu no sítio do caçador, que ficou preso por causa das armas (seis espingardas, uma pistola e um revólver) e não por ter matado animais silvestres – afinal, a legislação brasileira é extremamente branda, sendo a caça um crime de “baixo potencial ofensivo”. A carne encontrada era de capivara: 28 quilos.

A caça é uma atividade que, na sua essência, é cruel. Afinal, animais sadios são mortos. Em especial, essa prisão de Américo de Campos mostrou o quanto cruel pode ser um caçador. A apreensão de armadilhas “prende-perna” escancara o descaso com a dor e as horas de sofrimento que são impostas a um ser vivo que acaba tendo um membro preso no petrecho.