Matança de baleias justificada por uma tradição cultural

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
24 de novembro de 2011
Para certas comunidades, a caça de animais silvestres é um meio de sobrevivência; um meio de conseguir alimento. É assim com indígenas, populações tradicionais brasileiras, tribos africanas e por aí vai…Agora eu quero um argumento forte o suficiente para justificar a matança de baleias-piloto nas Ilhas Faroe, território autônomo associado à Dinamarca com quase 50 mil habitantes, renda per capta de pouco mais de 50 mil dólares americanos e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) classificado como “muito elevado”. A prática, conhecida como Grindadrap e permitida pelas autoridades locais, dizima cerca de mil desses animais anualmente.

Dia 22 de novembro de 2011, dezenas de baleias-piloto foram mortas. Saiba como:

“Quando um grupo grande de baleias é visto, alguns barcos de pesca cercam os animais e os encurralam perto da praia. Então, homens e meninos entram na água com ganchos e facas para matar as baleias.” – texto da matéria “Jovens encurralam e matam baleias durante ritual nas ilhas Faroë”, publicada em 23 de novembro de 2011 pelo portal R7

E sabe qual a justificativa?

“O Grindadrap é permitido nas ilhas Faroë pois seus moradores, que são descendentes de vickings, se alimentam há mais de mil anos da carne dessa espécie de baleia.

Segundo os moradores locais, o Grindadrap não é feito para fins comerciais. Eles alegam que a carne das baleias é dividida igualmente entre os membros da comunidade.

A matança, no entanto, é duramente criticada por organizações estrangeiras. De acordo com a ONG The Ecologist, “em nome de um patrimônio cultural”, cerca de mil baleias são assassinadas anualmente na ilha.” – texto do portal R7

Cultura, como valor humano, é mutável e muda com o passar do tempo, com novos conceitos morais e éticos. Justificar, hoje em dia, matança por “tradição” é inaceitável. Esse povo das Ilhas Faroe não precisa dessa proteína para viver…

– Leia a matéria completa do portal R7
– Conheça o site da campanha anti-Grindadrap de 2010

Assista ao vídeo da campanha anti-Grindadrap de 2010:

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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