Por Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
“No último sábado (23), policiais militares do Batalhão de Polícia Militar Ambiental de Colatina apreenderam 232 aves silvestres e um macaco da espécie sagui, após o recebimento de uma denúncia anônima.
No local denunciado a equipe constatou que todos os animais eram mantidos em cativeiro sem a devida autorização do órgão ambiental competente. Ao todo foram apreendidos 223 canários-da-terra; um sofrê; um sabiá; sete coleiros; um macaco sagui; além de 110 gaiolas de madeira; seis viveiros de arame; duas maletas contendo 12 ninheiras; uma maleta de madeira contendo medicamentos; 275 quilos de alpiste; uma espingarda calibre 12 e duas munições calibre 12 intactas.
De acordo com a equipe, os animais serão encaminhados ao Centro de Reintrodução de Animais Silvestres (Cereias), em Aracruz, onde passarão por tratamento para soltura.
O infrator foi identificado, preso e encaminhado ao plantão policial de Barra de São Francisco.” – texto de divulgação “Unidade Ambiental da PM apreende 232 aves e um macaco sagui em Mantenópolis”, publicado em 25 de maio de 2020 pelo site da Polícia Militar do Espírito Santo
Algumas observações sobre o caso capixaba…
A quantidade de canários-da-terra apreendidos, 223, é um forte indicativo de que não se trata de um criador amador irregular. Que o sujeito tem envolvimento com o tráfico de fauna, isso é um fato. Mas será que ele não é o traficante? Ou, pelo menos, um criador comercial que utiliza matrizes vítimas do tráfico?
Infelizmente, o que geralmente acontece nesses casos é o simples registro da apreensão e a ausência de investigação. Será que no local do crime houve alguma busca para localizar anotações ou informações se possíveis fornecedores de animas ou de compradores? Conseguiram informações sobre a região de origem dos animais para facilitar um processo de reabilitação com, quem sabe, a soltura na região onde foram capturados? Haverá empenho, pela Polícia Civil, em trabalhar nesse caso?
Dificilmente.
Espero estar enganado…
Vale também destacar que o infrator, se ficou preso, foi por causa da arma encontrada. No Brasil, quem se envolve com o tráfico de fauna não fica na cadeia.