
“A maior ameaça para os leões da montanha na Califórnia (EUA) é o tráfego, sendo que 107 dos animais foram mortos por automóveis em 2015, de acordo com autoridades de animais selvagens do estado.
Infelizmente, esse número é bastante comum e os leões são mortos por carros em movimento “algumas vezes por semana; eles morrem o tempo todo em todo o estado “, de acordo com Andrew Hughan, um oficial de informação pública do Departamento de Peixes e Animais Selvagens da Califórnia.
Apesar do elevado número de mortes, a população da espécie permanece estável entre quatro mil e seis mil animais porque eles não têm predadores naturais e estão protegidos da caça pela legislação californiana, explicou Hughan.” – texto da matéria “Atropelamentos matam 107 leões da montanha na Califórnia”, publicada em 31 de dezembro de 2017 pela Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda)
No Brasil acontece o mesmo com essa espécie, que por aqui chamamos onça-parda. A perda de habitat já é um grande problema para a espécie que, no interior de São Paulo, por exemplo, está sendo forçada a se adaptar a viver em canaviais.
Sendo obrigada a buscar novas áreas para viver ou tendo seu habitat cortado por estradas e rodovias, as chances de ocorrerem atropelamentos são grandes. E é isso que está acontecendo, principalmente para os machos jovens que buscam áreas mais distantes dos pais para estabelecerem seus territórios.
A morte desses animais jovens, além de contribuir para a redução populacional da espécie, afeta o fluxo gênico. No futuro, esse empobrecimento da diversidade genética poderá deixar as onças-pardas mais suscetíveis a doenças e dificultar a adaptação delas frente às mudanças de ambiente, comprometendo a sobrevivência da espécie no longo prazo.
A situação pode tornar-se mais crítica para o equilíbrio dos ecossistemas quando ocorre a falta de um predador topo de cadeia/teia alimentar. Sem eles, suas presas se multiplicam sem controle e essas acabam predando em excesso animais de outras espécies.
Atropelamentos de fauna em rodovias e estradas, que no Brasil matam estimados 475 milhões de animais por ano (segundo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas), causam muito mais impactos que “apenas” a trágica redução populacional de uma espécie.