
“Um macaco-prego foi encontrado preso, em condições de maus-tratos no final, nesta sexta-feira (29) em uma propriedade rural de Vilhena (RO), no Cone Sul. O crime foi descoberto quando a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e uma guarnição da Polícia Militar (PM) compareceram ao local para investigar uma denúncia de queimada. Ao procurar pelo suspeito, os agentes acharam o animal acorrentado dentro de uma gaiola. O sitiante de 31 anos foi detido e multado em R$1 mil.
De acordo com o boletim de ocorrência, na última terça-feira (26) um homem procurou a Delegacia de Polícia Civil do município para prestar queixa contra o sitiante. Durante o relato, ele disse que o trabalhador rural teria ateado fogo em uma área antropizada e destruído aproximadamente 12 hectares de capoeira, 120 lascas de madeira e várias vigas que pertenciam aos vizinhos.
Os agentes da Sedam e da PM tentaram localizar o suspeito na casa dele, mas ao invés de encontrá-lo, se depararam com o animal preso, sem água e alimentação. Minutos depois, o sitiante chegou e foi detido.
Em depoimento na delegacia, ele confessou que havia capturado o macaco quando este ainda era filhote e o mantinha domesticado há cerca de um ano e meio. Conforme o registro policial, o homem irá responder pelo crime de reter espécie da fauna brasileira em cativeiro e também por maus-tratos.” – texto da matéria “Macaco-prego é achado acorrentado dentro de cativeiro em Vilhena, RO”, publicada em 29 de julho de 2016 pelo portal G1
Esse tipo de problema não deveria ser discutido tendo como referência apenas a questão dos maus-tratos. Manter o animal preso a uma árvore, sem comida e água é cruel, mas não é a única questão envolvida no caso.
A retirada constate desses animais da natureza, seja para o tráfico ou para a criação doméstica, impede que eles cumpram seu papel ecológico. Longe dos ecossistemas onde deveriam viver, eles não predam (realizando o controle populacional de outras espécies), não são predados (ocasionando falta de alimentos para espécies que se alimentam de macacos), não espalham as sementes das frutas que comem (que não são digeridas e saem nas fezes) e por aí vai… Os problemas podem ser inúmeros e graves, dependendo da espécie em questão e da região onde o problema acontece.
Tratar esse tipo de ocorrência apenas pensando nos maus-tratos é um erro. Falta explicar para a população a importância que cada animal tem na natureza. E nós, humanos, dependemos da natureza.