Macaco na corrente e a cultura do cativeiro

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
05 de fevereiro de 2014
“O dono de uma chácara foi preso por manter animal silvestre em cativeiro em Sertanópolis. O homem de 52 anos tinha na propriedade um macaco prego preso a uma corrente.

Primata que vive livre em árvores era criado em uma corrente
Foto: Divulgação Polícia Ambiental Paraná

O flagrante foi feito por Policiais da Segunda Companhia de Polícia Militar Ambiental. Durante patrulhamento nesta segunda-feira (3) na chácara, os policiais ainda localizaram uma espingarda calibre 28 municiada com dois cartuchos

O homem foi preso e encaminhado junto com a arma apreendida para a delegacia de Sertanópolis. O animal foi recolhido para ser reinserido posteriormente na natureza.” – texto da matéria “Dono de chácara é preso por manter macaco em cativeiro”, publicado em 4 de fevereiro de 2014 pelo site paranaense Bonde

O hábito de manter animais silvestres em cativeiro doméstico, como um bicho de estimação, é antigo em todo mundo. Desde a Idade Média, na Europa Ocidental, encontram-se registros desse costume. Com as Grande Navegações, o comércio de bichos aumentou bastante, o que popularizou esse hábito.
No Brasil, os índios também criavam silvestres em suas aldeias. Os falantes da língua tupi tinham, inclusive, uma palavra para designar esses animais. Eram os xerimbabos, que significa “coisa muito querida”.

Após 1500, esses dois universos (europeu e índio) se encontram em território brasileiro e passam a fazer parte do caldo cultural que se formou. Somente após 1967, com a Lei de Proteção à Fauna é que o comércio de fauna e a criação (incluindo a doméstica) sem autorização torna-se crime. Temos portanto 467 anos de total falta de controle contra algumas poucas décadas com um novo ponto de vista.

A mudança não vai ocorrer apenas com fiscalização e leis. Ela passa, sobretudo, com educação ambiental e conscientização da população. Enquanto tiver gente interessada em criar silvestres com bichos de estimação, vai ter gente caçando e vendendo ilegalmente.

– Leia a matéria do Bonde

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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