Jovens capturando aves. Mais uma geração será perdida

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
26 de março de 2014
“Guarda Civil Municipal (GCM) de Rio Claro (SP) apreendeu, na manhã desta segunda-feira (24), dois pássaros silvestres. As aves estavam com um rapaz de 18 anos e dois adolescentes de 17 na zona rural da cidade. Elas foram entregues à Polícia Ambiental e os suspeitos foram liberados.

Aves apreendidas com os jovens em Rio Claro (SP)
Foto: Divulgação Guarda Civil Municipal Rio Claro


De acordo com a GCM, o trio foi abordado em uma área próxima à Rua da Jacutinga. Na mata, os jovens foram localizados e demonstraram nervosismo. Com eles, havia duas gaiolas com as aves da espécie bigodinho e coleirinha. Eles também estavam com um produto conhecido como visgo, que é usado para capturar pássaros.”
– texto da matéria “Guarda Civil apreende dois pássaros silvestres na zona rural de Rio Claro”, publicada em 24 de março de 2014 pelo portal G1

A mistura de influências europeias e indígenas formou a cultura do brasileiro em criar animais silvestres em cativeiro doméstico. Somente em 1967 é que a caça, captura e guarda sem autorização se tornaram crimes. Desde então, o poder público brasileiro restringiu à repressão sua atuação no combate a tais costumes. As ações educativas, voltadas para a conscientização e mudanças de atitudes, sempre foram pontuais, nunca uma postura do Estado.

O resultado é que as antigas gerações são exemplo para novas gerações, que sem informação e formação adequadas, repetem o hábito de criar animais silvestres em gaiolas, poleiros, jaulas e correntes. É o que está acontecendo com os jovens flagrados capturando aves em Rio Claro.

Campanhas e projetos de educação ambiental sobre os problemas envolvidos na captura, comércio e criação de silvestres ilegais são raros. Quando muito se divulga que é crime. Também o viés educativo das leis, no caso da infração ambiental cometida pelos jovens, não existe. A legislação é fraca e não pune.

Estamos perdendo mais uma geração.

– Leia a matéria completa do G1

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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