
Por Dimas Marques
Editor responsável Fauna News
dimasmarques@faunanews.com.br
“Um homem de 35 anos foi preso em flagrante por manter uma jiboia em casa ilegalmente. O animal tem cerca de 2 metros e foi apreendido nesta segunda-feira (9) no bairro Campo Comprido, em Curitiba.
A PC-PR (Polícia Civil do Paraná) foi até o local a partir de uma denúncia anônima. O denunciante relatava que o morador mantinha uma cobra em casa sem autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
“Chegando no local, a suspeita se confirmou: nós encontramos uma jiboia com aproximadamente dois metros de comprimento. Questionado sobre a documentação, o suspeito nos apresentou alguns papéis. Porém, investigando a documentação, descobrimos que havia uma fraude”, explicou o delegado Matheus Layola.
O chefe da DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente) disse que o homem de 35 anos preso em flagrante alegou boa-fé.
“Nós estamos investigamos e já descobrimos quem emitiu essa nota fraudulenta. De qualquer maneira. E também vamos investigar agora quem vendeu esse animal silvestre”, completou Layola.
A jiboia foi apreendida e o tutor foi liberado. Apesar de alegar boa-fé, o homem detido em flagrante responderá pelo crime de manter animal silvestre em cativeiro sem autorização.
O suspeito assinou um termo circunstanciado e responderá em liberdade. Se condenado, ele pode pegar até um ano de prisão.” – parte da matéria “Homem é preso em flagrante por manter jiboia de 2 metros em casa ilegalmente”, publicada em 9 de setembro de 2019 pelo Paraná Portal. Os erros de transcrição da declaração de Layola acima constam na matéria do Paraná Portal.
Fraudes e falsificações são muito comuns no tráfico de animais.
Há quem compre animais de traficantes sem qualquer documentação. Nesses casos, o crime é escancarado e ninguém pode alegar ter agido de boa-fé. Hoje em dia, fica difícil até encontrar quem tente se justificar afirmando desconhecer que o comércio sem autorização desses animais é crime.
Mas há uma boa parte do universo do tráfico de fauna que envolve fraude com documentação. São notas fiscais, anilhas (anéis colocados nas pernas das aves para identificação) e microchips (usados na identificação de répteis e primatas), por exemplo, que podem ser adulterados ou falsificados para dar a impressão de que o animal nasceu em um criadouro comercial legalizado – quando, na verdade, foi capturado criminosamente na natureza.
É o que aconteceu com a jiboia apreendida em Curitiba. Esse tipo de fraude chama-se “esquentar” o animal. É o mesmo raciocínio para carros roubados que têm placas e numeração de chassi alteradas para serem comercializados.
Esse tipo de crime também é extremamente comum entre os criadores amadores de Passeriformes (passarinhos) e ocorre com menos frequência em criadouros comerciais legalizados.
Infelizmente, no Brasil, são poucos os casos de animais “esquentados” que acabam sendo bem investigados. E, como não há punição severa para esses casos, a sensação de impunidade serve como incentivo para traficantes de fauna.