Jaguatirica e cocaína

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
26 de março de 2013
“Uma jaguatirica estava vivendo dentro de uma jaula, em São Luís, no Barreto. O animal silvestre foi descoberto na casa de um suspeito de traficar drogas no bairro, durante uma operação montada para o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão. Três pessoas foram presas suspeitas de tráfico de drogas.

Jaguatirica apreendida com suspeito de tráfico de drogas
Foto: Baiman Prado/O Estado


(…)Na casa de um dos suspeitos, uma jaguatirica, com aproximadamente um ano, foi encontrada. “O animal, que apesar do porte ser pequeno, os animais subestimam. Mas é um animal que tem grande força, agilidade e acabam causando acidentes quando não é dado o devido cuidado”, explicou o cabo Campos, do Corpo de Bombeiros. O animal, nativo da floresta amazônica, foi levado para o centro de triagem de animais silvestres.”
– texto da matéria “Jaguatirica é apreendida durante operação no Barreto, em São Luís”, publicada em 22 de março de 2013 pelo portal G1 Maranhão

O felino era criado em uma jaula
Imagem: Reprodução TV Mirante

Durante essa operação, foram apreendidos 110 gramas de cocaína. Um dos trabalhos da polícia é investigar a origem da droga, tentando identificar o grande fornecedor. Será que o mesmo será feito com a jaguatirica? Afinal, o animal veio de algum lugar, capturado ou vendido por alguém.

Seria louvável que a polícia tratasse a apreensão da jaguatirica com especial importância. Mas, se comparado com o tráfico de drogas, o mercado negro de fauna não é tratado com a devida atenção pelos órgãos de fiscalização do poder público.

Em 2001, a ONG Rede Nacional de Combate ao Trafico de Animais Silvestres (Renctas) publicou no 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico da Fauna Silvestre, em que há um capítulo específico para o tema – “Ligação com Outras Atividades Ilegais”.

“O comércio ilegal de animais silvestres está ligado a outros tipos de atividades ilegais, tais como drogas, armas, álcool e pedras precisas. Na América do Sul, os cartéis de drogas têm grande envolvimento com o comércio ilegal de fauna silvestre, muitas vezes se utilizam da fauna para transportarem seus produtos. Frequentemente são encontradas drogas dentro de animais vivos ou em suas peles.” – texto do Relatório

Como os métodos para traficar drogas e animais (os utilizados como bichos de estimação, principalmente) são semelhantes e as rotas coincidem, há muitas quadrilhas que atuam nos dois ramos do crime. De acordo com a Renctas, em 2001 havia entre 350 e 400 quadrilhas organizadas no comércio ilegal de fauna silvestre, sendo que, desse total, cerca de 40% possuem ligação com outras atividades ilegais.

– Leia a matéria completa do portal G1
– Conheça a Renctas

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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