
A bandidagem sempre inovando e surpreendendo para o mal. Não bastasse a venda de entorpecentes, os traficantes mantêm em cativeiro jacarés para torturar rivais e cobrar dívidas. Cruéis com seus desafetos e, sobretudo, com os animais.
“Policiais do serviço reservado (P2) do 35º BPM (Itaboraí) apreenderam, na tarde desta quinta-feira, um jacaré usado por traficantes em Itambi, distrito de Itaboraí, na Região Metropolitana. Segundo os PMs, uma denúncia anônima levou os policiais até dois adolescentes que vendiam drogas na região.
Os menores apontaram uma casa em que o tráfico da região levava usuários de drogas que estavam devendo na boca de fumo da região.
No local, as vítimas eram submetidas a torturas e ameaçadas de ser jogadas na piscina da residência, onde os bandidos colocaram um jacaré. Os PMs apreenderam o animal, 50 cápsulas de cocaína e 100 munições de calibre 32. Os adolescentes foram encaminhados para a 71ª DP (Itaboraí), onde o caso foi registrado.” – texto da matéria “PM apreende jacaré usado por traficantes para tortura em Itaboraí”, publicada em 31 de outubro de 2014 pelo site do jornal O Dia (RJ)
Chama a atenção o fato de não ser a primeira vez que um jacaré é apreendido com traficantes de drogas no mesmo município.
“Um jacaré foi apreendido na casa de um homem acusado de tráfico, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira. O animal foi localizado por policiais militares que verificavam uma denúncia anônima indicando a existência de um depósito de drogas no bairro Itambi. O bicho, segundo o que foi apurado pelos PMs, era usado pelo dono para ameaçar traficantes rivais e devedores das bocas de fumo.
No local, os policiais do 35º BPM (Itaboraí) prenderam Gilmar Esmeri da Silva, de 34 anos. Ele é apontado como o número dois na hierarquia do tráfico em Itambi, sendo o braço-direito do traficante conhecido como Rony, chefe da venda de drogas na região.
De acordo com um dos PMs, foi o próprio Gilmar quem explicou a função do jacaré, que ficava no quintal:
— O Gilmar cuidava dos "esticas" (pessoas que revendem drogas fora da comunidade dominada por ele) e usava o animal para ameaçar esses distribuidores. Era uma forma de evitar o calote e de manter as bocas sob o controle do Rony.” – texto da matéria “Traficante usava jacaré para ameaçar rivais”, publicada em 13 de agosto de 2014 pelo site do jornal Extra (RJ)
Além da investigação sobre o tráfico de drogas, é preciso que a polícia apure como esses animais foram parar nas mãos dos bandidos. Os jacarés estão sendo capturados diretamente por eles ou há alguém vendendo os répteis para as quadrilhas?
Infelizmente, é provável que os crimes contra a fauna nesses casos não recebam a devida atenção e não sejam apurados. Policiais, quando não fazem parte de grupos especializados de atuação na área ambiental, em geral não se esforçam para resolver problemas envolvendo animais.
Também deve-se destacar a forma com o jacaré apreendido em agosto foi manejado por um dos policiais militares que atendeu a ocorrência: sem técnica nenhuma, colocando em risco a sua segurança e a integridade física do animal – já estressado com toda a situação. Trabalho de amadores. Nota zero para a PM do Rio de Janeiro.
– Leia a matéria completa “PM apreende jacaré usado por traficantes para tortura em Itaboraí”, publicada em 31 de outubro de 2014 pelo site do jornal O Dia (RJ)
– Leia a matéria completa “Traficante usava jacaré para ameaçar rivais”, publicada em 13 de agosto de 2014 pelo site do jornal Extra (RJ)