Jacaré-de-papo-amarelo: cativeiro, esgoto e morte

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
13 de março de 2014
“O jacaré-de-papo-amarelo capturado na madrugada desta terça-feira (11) na Estação de Tratamento de Esgoto da Samambaia, no Distrito Federal, morreu horas depois no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama. O bicho pesava cerca de 60 quilos e tinha 1,5 metro. Segundo relato de funcionários da estação de esgoto, o jacaré se escondia há cerca de dois anos no local.

Jacaré momento após sua captura
Foto: Divulgação Batalhão de Polícia Militar Ambiental


(…) Para o coronel Ribas (oficial do Batalhão de Polícia Militar Ambiental – comentário do Fauna News), o réptil não chegou à estação naturalmente. “O tipo mais comum no cerrado é o jacaretinga, não o papo-amarelo. Mas, de qualquer forma, não é natural encontrar jacarés no Distrito Federal. Eles sempre são trazidos por alguém, geralmente que criava em casa e que se assustou ao ver que ele crescia e ficava arisco”, afirmou.”
– texto da matéria “Jacaré morre horas depois de ser capturado em rede de esgoto no DF”, publicada em 11 de março de 2014 pelo portal G1

A causa da morte do jacaré ainda é desconhecida. O motivo deve ser investigado, afinal o animal viveu dois anos no esgoto e horas após seu manejo para captura captura, morreu dentro do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama do Distrito Federal.

Chama a atenção a suspeita do coronel Ribas: o réptil pode ter sido solto por pessoas que o criavam em cativeiro domiciliar. Não é tão comum, mas acontece.

O jacaré viveu dois anos no esgoto
Foto: Raquel Morais/G1

A irresponsabilidade de que aprisiona animais silvestres gera esse tipo de consequência. Além do bicho não ter cumprido suas funções ecológicas em seu ecossistema de origem, ele foi obrigado a adaptar-se a um ambiente estranho, acima de tudo, completamente diferente do seu e insalubre. Mas répteis são bastante resistente e ele sobreviveu por dois anos.

A captura só foi motivada depois que o jacaré atacou um cachorro. Até então, ele atacava aves para se alimentar. E assim ele foi deixado por anos, vítima da irresponsabilidade e do descaso de quem administra a estação de tratamento de esgoto (que sabia da existência dele no local).

A morte do jacaré pode ter sido proveniente de manejo inadequado, problemas gerados pelo estresse, alguma doença ou outros fatores. Mais que isso, o animal foi vítima de uma sociedade que trata com descaso a vida selvagem.

– Leia a matéria completa do portal G1

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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