
“A Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 16 animais silvestres no sábado (14), no km 583 da BR-324, no trecho do município de Candeias, na região metropolitana de Salvador. A equipe da PRF estava em deslocamento quando flagrou um homem com uma gaiola na mão, contendo um pássaro silvestre. Ao perceber a aproximação da viatura, o suspeito fugiu em direção a uma localidade conhecida como "40".
Os policiais localizaram no quintal de uma residência vários animais silvestres criados em cativeiro. Os animais foram identificados como uma arara, um tucano, dois papagaios, três periquitos, três sabiás, um papa-capim, um coleira, um canário, um cardeal e um macaco da espécie sagui.
O homem que fugiu com a gaiola se apresentou voluntariamente e entregou o pássaro, um papa-capim.” – texto da matéria “PRF resgata 16 animais silvestres na BR-324, em Candeias”, publicada em 15 de maio de 2016 pelo portal G1
A apreensão de tantos animais – animais esses bastante procurados no mercado negro de fauna – poderia levantar a suspeita que os donos do imóvel onde estavam poderiam ser traficantes de silvestres. Mas as fotos publicadas na matéria do G1 permitem presumir outro contexto: criação doméstica sem autorização, isto é, pessoas que compram os bichos e fazem o tráfico de fauna existir.
Se o caso for realmente investigado – o que normalmente não é feito no Brasil -, nenhuma das duas hipóteses pode ser desconsiderada. Afinal, tem gente que captura os animais, os guarda em casa para entrega-los aos responsáveis pelo transporte até outros intermediários ou os pontos de venda.
De qualquer forma, existindo ou não investigação para esse e tantos outros casos, o tráfico de animais só será combatido com efetividade quando houver investimento em educação ambiental. Somente quando a sociedade se conscientizar e deixar de comprar animais silvestres para criá-los como bichos de estimação é que os traficantes deixarão de agir.
Vale lembrar que 38 milhões de animais silvestres são retirados da natureza brasileira todos os anos para abastecer o mercado negro de fauna (estimativa de 2001 da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres – Renctas).