
“Agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em conjunto com o Ibama e a PM do extremo sul da Bahia, fizeram, na segunda-feira (4), uma das maiores apreensões de animais no município de Prado (BA). A ação foi realizada a partir de uma denúncia anônima.
Numa residência, no bairro Portal do Prado, perímetro urbano da cidade, eles encontraram um macaco-prego, oito jabutis, papagaios, periquitos e várias outras espécies de pássaros, todos animais silvestres, nativos da Mata Atlântica, retirados da natureza de forma ilegal. Os animais eram mantidos em cativeiro.
O responsável pela infração, que não tinha licença de nenhum órgão ambiental para criar os animais, foi multado em R$ 44 mil e terá de responder a processo penal na comarca do município, podendo vir a ser punido com pena de detenção.
Já os animais foram levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama, em Porto Seguro (BA), onde serão reabilitados, embora, de acordo com as primeiras avaliações dos técnicos, tenham poucas chances de retornar à natureza.” – texto da matéria ‘Descoberto "minizoológico" ilegal dentro de casa em Prado’, publicada em 6 de julho de 2016 pelo site do ICMBio
A falta de educação ambiental (e de punição exemplar, já que dificilmente essa multa será paga e, com certeza, o infrator não será preso) resulta nesse tipo de situação: o sujeito deve alegar ser um amante da natureza e, por isso, aprisiona os bichos. Esse tipo de costume está enraizado na cultura do Brasil desde sempre e ainda não é eficazmente combatido pela sociedade.
Somente com a conscientização da população o hábito de criar animais silvestres como bichos de estimação mudará, o que permitirá a efetiva redução na captura dos bichos na natureza. Estimativa de 2001, da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), indica que cerca de 38 milhões de animais silvestres são retirados da natureza do Brasil todos os anos para abastecer o mercado negro. É bom saber que cerca entre 60% e 70% desse comércio criminoso e devastador para a biodiversidade ocorre para satisfazer a demanda dos próprios brasileiros por bichos.