
Por Dimas Marques
Editor-chefe
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Os filhotes de araras-canindé (Ara ararauna) capturados no Cerrado e no Pantanal já estão sendo vendidos pelos traficantes na Região Metropolitana de São Paulo. A temporada de coleta de ovos e das aves recém-nascidas inicia-se em julho e agosto e a chegada dos animais nos grandes centros urbanos para venda acontece logo na sequência. Em Mogi das Cruzes (SP), a Polícia Civil localizou, ontem, seis araras durante uma operação que culminou na apreensão de 140 animais e a detenção de dois homens.
O Fauna News, na reportagem de 27 de agosto “A temporada do tráfico de araras também começou. A primeira apreensão foi em MG”, detalhou o problema do tráfico de araras e papagaios.
Policiais civis teriam recebido uma denúncia de comércio ilegal de animais silvestres pela internet e conseguiram fazer contato com o traficante. Fazendo-se passar por compradores, eles combinaram com o vendedor a compra de um macaco-prego. No momento da entrega no centro da cidade, no final da madrugada de ontem, investigadores detiveram dois homens com o primata em uma caixa de transporte.

Um dos acusados, de 21 anos, reside em Mauá, no ABC paulista. Ele informou os policiais que teria mais animais para venda em sua casa. No imóvel, onde uma terceira pessoa foi detida, foram encontrados outros 139 animais, sendo seis filhotes de araras-canindé. O restante eram pássaros.
O trio foi levado para o 1º Distrito Policial de Mogi das Cruzes, onde o caso foi registrado. Os acusados responderão também por maus-tratos. Eles foram soltos.
Ainda na delegacia, o veterinário do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da prefeitura, Jefferson Leite, atendeu os animais. “O macaco-prego estava bem, mas as araras estavam debilitadas e com muita fome”, afirmou. O primata e as aves foram levados para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres do Parque Ecológico do Tietê.

Esse não foi o primeiro caso envolvendo filhote de arara-canindé na Região Metropolitana de São Paulo. Em 1º de setembro, em Diadema, no ABC paulista, um homem largou uma caixa e correu para uma favela ao ver uma viatura da Delegacia de Investigação aos Crimes contra o Meio Ambiente de cidade. Dentro do caixa, havia uma pequena ave da espécie . Ninguém foi detido.