Fazendeiro dá exemplo de como incentivar o tráfico de animais

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
14 de março de 2012
“Um fazendeiro da região de Porto Esperidião, a 208 quilômetros de Cuiabá, foi multado em R$ 510 mil pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema) por manter 102 animais silvestres em um cativeiro em sua propriedade rural há cerca de quatro anos. De acordo com a Polícia Militar Ambiental de Cáceres, que fez as apreensões na última quinta-feira (8), algumas aves e outros animais se encontravam debilitados.” – texto da matéria “Fazendeiro de MT é multado suspeito de manter 102 animais em cativeiro”, publicada em 11 de março de 2012 pelo portal G1

Tucanos enjaulados pelo egoísmo do fazenderio
Foto: Divulgação PM MT

O tal fazendeiro já vive em uma região privilegiada, com fauna abundante e exuberante. Garanto que é fácil observar aves e outros animais silvestres livres. Mas não satisfeito, o sujeito se acha no direito de prender os bichos e sentir-se dono deles.

“A maioria dos animais encontrados no local era aves, entre elas tucanos e araras, que, de acordo com a PM, eram capturados e comprados de terceiros. “Além de capturar, ele comprava dos vizinhos e outras pessoas”, frisou o sargento (sargento da PM, Luiz Olívio Souza Neves). O proprietário não tinha nenhuma autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para criar os animais.” – texto do porta G1

Além das aves, o fazendeiro mantinha irregularmente um veado, um casal de antas, um porco-do-mato e um casal de emas.

Veado encontrado na fazenda
Foto: Diviulgação PM MT

A matéria do G1, além de cair na falaciosa armadilha de dar destaque ao valor da multa (R$ 510 mil) – que raramente é paga -, concluiu o texto com a ingênua sentença: “Se for condenado, poderá pegar de seis meses a um ano de prisão.”

Alguém é condenado a prisão nesse país por tráfico de animais ou manter irregularmente fauna silvestre em cativeiro? Desculpe, G1, esse tipo de bobagem não dá mais para publicar…

– Leia a matéria completa do G1

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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