
Por Andreas Kindel
Biólogo, professor associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenador do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da mesma universidade (NERF-UFRGS)
andreaskindel@faunanews.com.br
Na estrada tem uma tartaruga. Também pode ter uma cobra e, eventualmente, até uma preguiça!!! A maioria dos motoristas e seus passageiros sequer percebem esses transeuntes mais lentos e passam reto. Alguns outros esperam que a sorte ajude-os a atravessar a estrada em segurança ou, se dirigem defensivamente, têm a oportunidade de ajudar a sorte, desviando do animal.
Outros motoristas, nem tão poucos como somos alertados recorrentemente pelas estatísticas de mortalidade de fauna em rodovias, passam por cima dos pobres coitados. Às vezes propositalmente (sobre isso escreverei em outro momento). Finalmente, uma pequena parcela dos motoristas para o carro, recolhe o animal e o leva para o veterinário ou instituição ambiental na localidade para a qual se dirigia.
Embora incomparavelmente mais generosa que alguns dos comportamentos anteriormente enumerados, essa atitude pode significar a exclusão de mais um indivíduo da população local, resultando, no final das contas, em uma perda ecológica tão severa quanto o atropelamento. Com frequência o destino deste animal, após a avaliação do veterinário, será a manutenção em cativeiro ou a soltura em algum outro local julgado adequado. Raramente será liberado onde foi presumivelmente salvo.
Então, o que fazer?
Sempre que o animal não tenha sofrido nenhuma injúria, o melhor a fazer é repetir o gesto documentado no vídeo abaixo.
Obviamente, isso só pode ser feito garantindo-se a segurança dos benfeitores.