
Por Andreas Kindel
Biólogo, professor associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenador do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da mesma universidade (NERF-UFRGS)
estradas@faunanews.com.br
Durante os últimos três dias encontraram-se em Lavras, Minas Gerais, mais de 120 estudantes e profissionais dedicados a avaliar e manejar os impactos de infraestruturas viárias sobre a biodiversidade, em especial a fauna. Foi a primeira edição do Congresso Iberoamericano de Biodiversidade e Infraestrutura Viária, que trouxe um novo sotaque ao já tradicional Congresso Brasileiro de Ecologia de Estradas, com a presença de participantes de cinco países latino-americanos, além de Portugal.
Mas, além da oportunidade de testar ou experimentar o portunhol, para que serve um congresso como esse?
Inspiração e cooperação são, com certeza, as melhores palavras para sintetizar o impacto destes encontros.
Todos sabem a complexidade dos desafios envolvidos em entender e, sobretudo, diminuir os efeitos de rodovias. Foram muitas as experiências e abordagens compartilhadas, das quais resolvi destacar duas:
Da Costa Rica destaco a experiência das Vías Amigables con La Vida Silvestre (página do Facebook), pela vibração da sua comunicação visual e pelo esforço de chamar a atenção do público em geral para o problema da mortalidade de fauna em estradas e a articulação de políticas públicas.
De Portugal veio a experiência mais impressionante, pela sua complexidade, abrangência e intensidade de integração entre ciência e ações de conservação. O projeto Life Lines se propõe a testar e disseminar uma série de ações e tecnologias para minimizar os impactos de rodovias, buscando promover a implantação das Infraestruturas Verdes.
São apenas alguns dos exemplos de ações de pesquisa, políticas públicas e educação ambiental que resultam em uma enorme injeção de ânimo, um diversificado banco de ideias e, mais do que tudo, uma ampla rede de potenciais colaboradores.
Gracias!