Por Dimas Marques
Editor-chefe
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Ações do poder público para tentar evitar e reduzir os atropelamentos de animais silvestres em rodovias têm, aos poucos, aumentado. A legislação já obriga, durante todo o processo de licenciamento ambiental, a implementação de estruturas e trabalhos de prevenção a esse tipo de impacto na fauna nas novas estradas ou nas obras de melhorias nas já existentes.
O que tem ocorrido é um esforço de entidades ambientalistas, pesquisadores acadêmicos e gestores públicos nas melhorias desse processo – o que pode ser bastante lento, tratando-se de medidas que envolvem o Estado brasileiro. Mas, aos poucos, as melhorais vão aparecendo.
“(…) As obras de pavimentação da PR-364 começaram em março do ano passado, por determinação do governador Carlos Massa Ratinho Junior. A previsão é que o trecho de 49 quilômetros que liga Irati a São Mateus do Sul, passando por Rebouças, seja concluído em 2021. O investimento por parte da Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística é de pouco mais de R$ 108 milhões.
(…) O Instituto Água e Terra (IAT), órgão ambiental responsável pela gestão de fauna no Paraná, participou da elaboração do projeto de pavimentação da PR-364. O órgão acrescentou quatro pontos de passa-fauna no trajeto de 49 quilômetros que liga São Mateus do Sul a Irati, na Região Centro-Sul do Estado.
Nos locais, áreas de remanescentes ambientais, serão construídas passagens subterrâneas por tubulação de concreto para que os animais silvestres possam atravessar a rodovia por pontos específicos, com segurança, sem correr risco de atropelamento ou de interromper o trânsito.
Para isso, o trajeto será demarcado por cerca de 500 metros de gradil, orientando a travessia dos animais.” – trechos da matéria de divulgação “Pavimentação da PR-364 já muda vida de quem vive no Centro-Sul”, publicada em 24 de junho de 2010 pela Agência de Notícias do Paraná
É praticamente uma passagem de fauna com cercas para guiar os animais até as estruturas a cada 10 quilômetros.
Espera-se que o tipo de passagem de fauna escolhida seja adequado às espécies que vivem na região e tentam atravessar a estrada. Espera-se que também haja atividades de educação ambiental para as comunidades da região e usuários da estrada respeitem a sinalização e trafeguem com cuidado, sabendo que no trecho há a possibilidade de encontrar animais na pista.
Uma ação isolada pode não dar os resultados esperados. Que o planejamento tenha sido completo.