
Por Dimas Marques
Jornalista, pesquisador do Diversitas-USP e editor responsável do Fauna News
dimasmarques@faunanews.com.br
O Fauna News volta a comentar furtos de animais silvestres de instituições que os abrigam e a criticar os péssimos sistemas de segurança desses locais. Recentemente publicamos dois casos que aconteceram em Manaus (AM): no Museu do Amazonas e no Refúgio da Vida Silvestre Sauim-Castanheiras (veja nos links no final do post). Agora o crime aconteceu em Goiânia (GO):
“A Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (25) detalhes sobre os animais furtados no Zoológico de Goiânia. Segundo a delegada Lara Menezes, responsável pelo caso, trata-se de nove serpentes exóticas, sendo cinco adultas e quatro filhotes. Ela acredita que o intuito dos criminosos seja vender os répteis no "mercado negro", onde, somadas, podem chegar a valer aproximadamente R$ 33 mil.
O inquérito foi aberto na Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema). De acordo com a delegada, os crimes foram cometidos no mês de dezembro do ano passado em três eventos consecutivos, num intervalo de uma semana entre eles. Depois de constatar cada um dos delitos, a própria diretoria do zoológico acionou a polícia.
"No dia 5, foram roubadas uma salamanta adulta e quatro filhotes. Já no dia 13, foram três serpentes de espécies diferentes: uma cobra-do-milho, uma píton e uma cobra-cachorra. Por fim, no dia 19, foi levada uma salamanta vermelha. No tráfico de animais, cada adulta vale R$ 6 mil e os filhotes R$ 800", disse Lara.
A cobra levada com os filhotes estava no viveiro do zoológico. Já as outras foram furtadas diretamente dos aquários onde ficam expostas ao público. Os dois locais são de acesso restrito, o que leva a delegada a suspeitar de funcionários e ex-funcionários.” – texto da matéria “Zoo de Goiânia teve 9 cobras furtadas que valem até R$ 33 mil, diz polícia”, publicada em 25 de janeiro de 2017 pelo portal G1
O site Boa Informação afirma que foram furtados 13 animais, sendo 12 cobras e um jabuti.
Chama a atenção o fato de o zoológico não possuir sistema de monitoramento por câmeras, pois tais equipamentos poderiam auxiliar na identificação dos criminosos. A polícia mineira também já sabe que houve arrombamento de cadeados, mas os que estavam nos recintos que abrigam as cobras furtadas foram abertos e fechado sem serem danificados.
Novamente vamos destacar a fragilidade da segurança das instituições que abrigam animais silvestres, como centros de triagem e de recuperação e zoológicos. Muitos animais tem um bom mercado e valem bastante dinheiro, o que atrai oportunistas a se envolverem no tráfico de fauna. Também não se deve destacar a possibilidade de traficantes profissionais estarem começando a descobrir que pode ser mais fácil furtar bichos raros ou que custam bastante a trabalhar em uma corrente envolvendo gente para capturar, para transportar, para armazenar e para distribuir os animais.
– Leia a matéria completa sobre o caso de Goiás do portal G1
– Releia o post do Fauna News “Jiboia rara é furtada de museu no Amazonas”, de 3 de janeiro de 2017
– Releia o post do Fauna News “Furtos de animais em Manaus não são novidade. É tráfico de fauna”, publicado em 5 de janeiro de 2017
– Releia o post do Fauna News “Jiboia rara furtada de museu em Manaus é encontrada”, publicado em 9 de janeiro de 2017