
Por Dimas Marques
Jornalista, pesquisador do Diversitas-USP e editor responsável do Fauna News
dimasmarques@faunanews.com.br
“Um homem de 70 anos foi preso pela Polícia Militar Ambiental (PMA) por matar uma sucuri de três metros para retirar a gordura do animal com o interesse de fazer remédio. O caso aconteceu em uma chácara de Cassilândia, no leste de Mato Grosso do Sul.
O idoso confessou que sacrificou a serpente com a intenção de usar a godura para fins medicinais. Além de preso, o idoso ainda foi multado em R$ 5 mil.
De acordo com os policiais, eles receberam a denúncia anônima de que uma pessoa havia matado o animal. Ao chegarem na propriedade, os policiais encontraram restos da cobra enterrados no quintal.” – texto da matéria “Idoso de 70 anos é preso por matar sucuri de 3 metros para fazer remédio”, publicada em 29 de março de 2017 pelo portal G1
A matéria do portal G1 não informou para que tipo de remédio, ou para qual doença, a gordura da sucuri foi utilizada. Geralmente, esse tipo de medicina/farmácia em que partes de animais são crendices sem comprovação de eficácia. É assim com o pênis do boto, os ossos de tigre e o chifre de rinoceronte (que movimenta um mercado milionário e sangrento que está levando à extinção esses animais).
E quem nunca ouviu falar que manter um jabuti debaixo da cama cura bronquite?
Há também casos de superstição, em que partes de animais são utilizadas para trazer sorte. É assim com os olhos dos lobos-guarás, que viram amuletos.
Enfim, muitas crendices sobrevivem na cultura popular. Informação e educação ambiental são os principais remédios para curar tais males, que judiam e exterminam tantos animais.
Mas quem investe em conscientização? São raros os projetos de conservação que realmente levam a educação ambiental e a comunicação a sério. O poder público, que também teria de atuar nessa área, nada faz.
Difícil, né???