Tartarugas-marinhas encontram seus locais preferidos para desovar guiadas pela luz da Lua. Contudo, a poluição luminosa causada pela expansão imobiliária à beira-mar pode desorientar fêmeas adultas e prejudicar a reprodução de variadas espécies.
Filhotes nascidos buscam imediatamente o mar, mas se forem atraídos pela iluminação artificial podem ser atropelados, devorados por cães, raposas e outros predadores ou morrer desidratados ao se perder em dunas e restingas, detalha o Projeto Tamar.
Para proteger esses animais, 12 condomínios em Barra dos Coqueiros (SE) devem apresentar projetos em até dois meses para ajustar a iluminação às regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e ao guia federal para licenciamento de obras voltado à conservação de tartarugas-marinhas.
O litoral norte da Bahia e o de Sergipe, incluindo o município de Barra dos Coqueiros, são um grande palco da reprodução desses animais no país, sobretudo das tartarugas oliva (Lepidochelys olivacea), cabeçuda (Caretta caretta) e de-pente (Eretmochelys imbricata).
Acordo com MPF
Conforme o acordado com o Ministério Público Federal (MPF), os projetos e novas licenças regionais serão avaliados pelo ICMBio e pelo Projeto Tamar, que desde os anos 1980 atua na conservação de tartarugas-marinhas. As autorizações podem não ser renovadas se houver fotopoluição.
Os condomínios parte do acordo são Villaredo, GP Monteiro, Barra Bali Sergipe, Meliá Residence, Mares Maluí, Maluí Residence, Condomínio Sol e Praia Residence, Riviera Residence, Park dos Coqueiros, Copacabana Beach, Malibu Beach Residence e Condomínio Sunset Beach Residence.
Eles também se comprometeram a desligar a iluminação prejudicial aos animais após as 22h, a não instalar luzes voltadas à praia e a sinalizar e informar sobre a reprodução e desova das tartarugas.
Em janeiro e setembro deste ano, firmaram acordos similares os condomínios Maikai e Liverpool Eco Residence, o Resort Maikai e a Associação Damha Residencial Sergipe, todos igualmente em Barra dos Coqueiros.