Começar a semana pensando…

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
28 de novembro de 2011

…no quanto vale um tira-gosto.

“Operações desencadeadas pelo Ibama no Sertão da Paraíba flagraram, ao longo do ano, cenas de crueldade na caça a uma ave típica do Nordeste, a popular arribaçã (cujo nome científico é Zenaida auriculata noronha). Indefesas à noite nos ninhos, as aves são abatidas a pauladas e os ovos esmagados. Os ataques estão colocando a espécie em risco.

(…) A arribaçã é tradicionalmente consumida na região como “tira-gosto”, no entanto o abate ou captura de qualquer animal silvestre é crime.” – texto da matéria “Caça predatória ameaça sobrevivências das aribaçãs no sertão da Paraíba”, publicada em 24 de novembro de 2011 pelo site Paraíba.com.br


Arribaçã é consumida como tira-gosto no sertão da Paraíba

Foto: site Paraíba.com.br

Segundo o Ibama da Paraíba, até novembro já foram apreendidas 114 aves vivas e 28 mortas com caçadores, além da aplicação de 33 autos de infrações e multas que somam R$ 126,4 mil. Mas, como todo crime dessa natureza, os acusados respondem em liberdade e, se condenados, jamais vão para a cadeia – a pena é transformada em pagamento de cestas-básicas ou algum trabalho comunitário.

“Em anos anteriores chegaram a serem apreendidas até 35.000 sangras (petrechos de caça) que foram devidamente incineradas nos locais de apreensão.

“Uma avaliação de custo e benefícios, revela que o prejuízo dos caçadores que utilizam esta modalidade de crime ambiental (captura das aves com armadilha) tem sido razoável, partindo do princípio de que a confecção cada armadilha custa R$ 2,00 (dois reais)”, finaliza Costa. (chefe da operação de fiscalização do Ibama, José Pereira da Costa)

Também tem sido feito um trabalho de sensibilização nas comunidades visitadas e com os produtores rurais.” – texto do site


Filhote e ovo de arribaçã: indefesos no ninho
Foto: site Paraíba.com.br

Agora vamos pensar juntos: o custo de R$ 2 por armadilha é prejuízo para quem? Não conheço as condições econômicas e sociais da região, mas será que esse valor é representativo para quem mata as aves para consumi-las como tira-gosto?

Nesse caso, o Ibama parece ter acordado para o fato de que fiscalização apenas não resolve esse tipo de situação, já que estão sendo desenvolvidas atividades de educação ambiental – conforme divulgou o jornal. Gostaria de saber quais…

– Leia a matéria completa do site Paraíba.com.br
Releia as matérias do Fauna News que abordam a Paraíba:
– “Paraíba: exemplo da falta de controle do tráfico de animais silvestres”, de 3 de maio de 2011
– “Papagaios na Paraíba: duas vezes vítimas do tráfico e ninguém noticiou”, de 16 de novembro de 2011

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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