Cercas na Dutra: proteção de animais precisa de mais ações

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
03 de julho de 2012
“Os técnicos da CCR NovaDutra comemoram uma grande conquista. A implantação de cercas às margens da Via Dutra para proteção de animais silvestres está dando resultados positivos. A ação, denominada Projeto Fauna, tem por objetivo impedir que esses animais entrem na pista, correndo o risco de serem atropeladas. As cercas foram implantadas entre julho de 2010 e abril de 2011. De janeiro a maio de 2010, período anterior à colocação das cercas, foram registradas 51 ocorrências de animais silvestres nas proximidades da rodovia, sendo que no mesmo período de 2012, foram contabilizadas 14 ocorrências deste tipo.” – texto de divulgação da concessionária CCR Nova Dutra de 29 de junho de 2012

A ação é válida e muito importante. Mas deve ser encarada apenas como o primeiro passo pela CCR NovaDutra e como um exemplo para os demais gestores de rodovias no Brasil.

A CCR NovaDutra priorizou áreas próximas de rios e represas em uma pequena extensão (15 quilômetros) da principal ligação entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro:

“As telas foram instaladas perto de rios e represas, em uma extensão de aproximadamente 15 quilômetros. A maior parte dessas cercas está localizada na região de Queluz (SP), onde o rio Paraíba margeia a rodovia, e na região de Piraí (RJ), onde existe a represa da Light na lateral da pista.

Placas divulgando as cercas: prefiro as que alertam os motoristas
Foto: Divulgação CCR NovaDutra


Segundo Sérgio Bologniesi, responsável pela área de Segurança, Qualidade e Meio Ambiente da CCR NovaDutra, perto de represas e rios, as chances de aparecerem animais silvestres são maiores. (…)”
– texto da CCR NovaDutra

A concessionária não pode esquecer dos lobos-guarás (Chrysocyon brachyurus), espécie ameaçada de extinção (classificação “vulnerável”) no estado de São Paulo e pelo Ibama e com tendência de declínio populacional. Não é incomum o atropelamento desses animais na Dutra, com registros em Guararema, São José dos Campos e Caçapava, onde ainda existem algumas manchas de Cerrado no Vale do Paraíba.

Lobo-guará: ameaçado de extinção

Foto: Luiz Cláudio Marigo

Se esse tipo de problema ainda ocorre em uma região tão urbanizada como o Vale do Paraíba, imagine a quantidade de atropelamentos nas rodovias que cortam áreas com vegetação ainda preservada no Brasil.

– Leia o texto completo da CCR NovaDutra

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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