“A apreensão de quase 200 papagaios em Guarulhos, na Grande São Paulo, não surpreendeu somente os guardas municipais, mas também os voluntários da ONG Mata Ciliar, em Jundiaí (SP). Em quase 30 anos de existência, a ONG, que é referência para o tratamento de animais silvestres nunca recebeu tantas aves de uma só vez.
Além das aves, também foram levados 20 pássaros de várias espécies e um sagui. De acordo com a Guarda Municipal, os animais ainda são filhotes com aproximadamente 10 semanas de vida, já que muitos ainda não estão com a plumagem completa. "É um processo muito doloroso e infelizmente quem perde é a gente. A nossa qualidade de vida cai, pois esses animais quando são retirados da natureza deixam de fazer o seu papel, que é a disseminação das árvores", comenta a coordenadora de fauna da ONG Mata Ciliar, Cristina Adania.
Quase todas as aves resgatadas estavam machucadas, magras e desidratadas. Ainda conforme a GM de Guarulhos, muitas chegaram mortas. Os animais seriam vendidos em feiras. Depois de uma triagem, elas estão sendo alimentadas com frutas e, quando estiverem recuperadas, devem voltar à natureza. No entanto, a reabilitação pode levar de seis meses a um ano. O sagui teve o ombro deslocado e um dos papagaios está cego de um olho.” – texto da matéria “Apreensão de centenas de papagaios surpreende ativistas de ONG”, publicada em 12 de novembro de 2015 pelo portal G1
O caso de Guarulhos chamou a atenção pela quantidade em uma única atenção. Apesar de “chamar a atenção”, esse tipo de ocorrência com centenas de animais apreendidos não é raro e acontece com certa frequência (principalmente no segundo semestre, quando papagaios-verdadeiros recém-nascidos são coletados no Cerrado do Mato Grosso do Sul para serem vendidos ilegalmente em várias partes do Brasil, principalmente nas feiras das regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro).
Na verdade, a surpresa do caso é mais uma forma de o jornalista que confeccionou a matéria chamar a atenção para o caso. Com certeza, a apreensão com tal dimensão pode ter sido a primeira da Associação Mata Ciliar, mas, com toda a certeza, não surpreende seus profissionais.
O ocorrido serve para obrigar a Associação Mata Ciliar deixar um esquema de emergência pronto, com uma rede de voluntários e de potenciais fornecedores de alimentos e medicamentos, para quando for necessário.
Vale muito destacar o que Cristina Adania afirmou:
"É um processo muito doloroso e infelizmente quem perde é a gente. A nossa qualidade de vida cai, pois esses animais quando são retirados da natureza deixam de fazer o seu papel, que é a disseminação das árvores".
Lembre-se, sem animais há perda da diversidade de árvores e, sem árvores, não tem água.
– Leia a matéria completa do portal G1 (com vídeo)
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