
“A TripAdvisor está promovendo e lucrando com atrações turísticas que promovem a crueldade com animais silvestres, revela a World Animal Protection. A organização estima que pelo menos 550 mil animais silvestres estejam sofrendo nas mãos de atrações turísticas irresponsáveis ao redor do mundo, muitas das quais são promovidas e vendidas via TripAdvisor, aos seus 300 milhões de visitantes por mês.
(…) Os turistas que compram ingressos por meio do maior site de viagens do mundo para andar de elefantes, tocar tartarugas marinhas, assistir a espetáculos de golfinhos ou tirar "selfies" com leões e tigres geralmente não têm consciência do abuso e sofrimento que os animais sofrem nestes locais.
Apesar das várias tentativas da World Animal Protection de trabalhar em conjunto, a TripAdvisor não tomou qualquer medida, mesmo tendo afirmado anteriormente que iria "ajudar os viajantes a obter uma melhor compreensão do bem-estar dos animais e práticas de conservação".
Nestes locais, os animais são muitas vezes retirados de suas mães quando jovens, apanham, suportam o abuso físico e psicológico durante o treinamento para torná-los submissos o suficiente para dar passeios, realizar truques ou posar para "selfies" com turistas. Em seguida, são acorrentados ou mantidos em gaiolas para o resto de suas vidas – uma realidade muito distante da liberdade de seus habitats naturais.
A TripAdvisor declara que é apenas uma plataforma para que turistas compartilhem suas opiniões e que não fornece nenhuma forma de aprovação, mas seus esquemas de venda ingressos, Índice de Classificação de Popularidade e Certificados de Excelência contribuem para a promoção dessas atrações cruéis.” – texto da matéria “TripAdvisor lucra com atrações cruéis com animais”, publicada em 26 de abril de 2016 pelo site Ponta Porã Informa
Um recente caso de crueldade relacionada ao turismo, que resultou em morte, foi noticiado em 26 de abril de 2016 pelo site do jornal O Globo (“Elefante morre após transportar turistas sob calor de 40 graus”):
“Mais de 14 mil pessoas já assinaram uma petição on-line para exigir que o Camboja acabe com os passeios de elefantes. O movimento começou depois que um animal morreu após transportar turistas para o templo Angkor Wat sob uma temperatura de 40 graus.
A petição destaca que os elefantes que servem de entretenimento para visitantes vivem em condições de miséria e classifica o passeio como “uma atração turística cruel”. De acordo com o texto, a morte recente de um elefante é um chamado para que as pessoas “acordem” e percebam os danos desse tipo de turismo.”
A campanha do World Animal Protection tem como sua principal bandeira a questão da crueldade. Mas as atrações turísticas que exploram animais silvestres promovem mais que dor, incentivando também o tráfico de fauna. Muitos bichos são retirados da natureza para servirem de atrações a turistas.
E isso acontece também no Brasil. Na região Norte, há empresas de turismo que levam os visitantes navegar pelos rios e, durante o passeio, animais são apresentados para serem manipulados e fotografados com turistas.
No Nordeste, isso acontece em Genipabu (região de Natal – RN). Por lá, o visitante é abordado por crianças e jovens, que oferecem iguanas para serrem fotografadas no colo e na cabeça. Por alguns trocados é possível comprar o bicho. E assim acontece em vários locais.
Turismo, quando mal planejado, pode ser uma atividade danosa ao meio ambiente igual a qualquer outra. Ao visitar um local com natureza exuberante, contemple os animais e as paisagens. Não compre bichos ou produtos feitos com parte de animais (couro, dentes, garras, penas, etc.) e não aceite a oferta de pegar animais para tirar fotos ou montaria.
Se não houver quem utilize tais serviços, os exploradores deixarão de oferecê-los.
– Leia a matéria completa do Ponta Porâ Informa
– Leia a matéria completa de O Globo
– Conheça a campanha do World Animal Protection