Cadeia alimentar: ainda vamos comer plástico

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
15 de março de 2011
Em minha leitura dominical de jornais, me deparei com a seguinte matéria em O Estado de S. Paulo: “Peixes do Pacífico estão comendo plástico” (página A21 da edição de 13 de agosto). A reportagem, escrita por Tony Barboza para o Los Angeles Times, apresenta o resultado de um trabalho de duas instituições de pesquisa da Califórnia (EUA) que constataram haver fragmentos de plástico em 35% das amostras de peixes coletadas na costa oeste dos Estados Unidos.

Na média, os pesquisadores encontraram dois pedaços de plástico no estômago de cada peixe. Mas houve registros de animais, como o peixe-lanterna, com 83 fragmentos.

Sacola plástica em recifes do Mar Vermelho
Foto: Jornal O Globo

“A vasta maioria dos peixes encontrada era de peixes-lanterna, que vivem nas profundezas do oceano e sobem à superfície quando escurece em busca do plâncton. Como são um dos peixes mais comuns no oceano e uma fonte de alimento para peixes populares na pesca, como o atum e o dourado, a descoberta dos fragmentos de plástico levanta questões quanto aos efeitos sobre a vida marinha e o consumo humano.”

Com maior frequência, a mídia publica matérias sobre os problemas que os detritos jogados nos oceanos causam à vida marinha e às praias. Quem já não leu ou viu na televisão alguma reportagem relatando a morte de tartarugas-marinhas pela ingestão de sacos plásticos (que elas confundem com águas-vivas). Agora, finalmente, as conseqüências da falta de cuidado com os oceanos começam a ser constatadas também na alimentação humana.

Com certeza, esse problema apresentado na pesquisa não é um fenômeno novo. E também não deve ser restrito aos plásticos, pois os mares têm sido tratados como lixeira pelos homens há muito tempo. Você já refletiu o quanto de efluentes químicos industriais e esgoto doméstico é despejado nos oceanos e já está na cadeia alimentar a que pertence o homem?

Bom, quem sabe agora, com o perigo de estar se alimentando do próprio lixo que produz, a sociedade comece a cuidar melhor dos oceanos.

Leia a matéria “Peixes do Pacífico estão comendo plástico”
Saiba mais sobre o problema dos plásticos nos oceanos lendo a matéria “Plástico forma ilhas de poluição nos ocenaos”, publicada em 24 de agosto de 2010 pelo jornal O Globo

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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