Cachorro-do-mato atropelado: tentando entender os motivos

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
03 de fevereiro de 2014

“O Corpo de Bombeiros realizou o resgate de um cachorro-do-mato no fim da tarde de sábado (1º) em Araquari, município localizado no Norte de Santa Catarina.

Animal atropelado em Araquari (SC)
Imagem: Reprodução RBS/TV


De acordo com os bombeiros, o resgate ocorreu por volta das 16h30, depois que o animal foi atropelado no quilômetro 55 da BR-282, e fugiu para a casa de um morador que vive às margens da rodovia.

O cachorro-do-mato não costuma aparecer em áreas urbanas e o animal resgatado seria encaminhado para Polícia Militar Ambiental.” – texto da matéria “Corpo de Bombeiros resgata cachorro-do-mato no Norte de SC”, publicada em 2 de fevereiro de 2014 pelo portal G1

A matéria relatando o acidente com esse cachorro-do-mato levanta uma questão e não se aprofunda: se a espécie não costuma aparecer em áreas urbanas, provavelmente evitando movimento de veículos e humanos, o que o fez se aproximar da rodovia?

Algumas hipóteses sempre devem ser cogitadas. Desmatamento ou empobrecimento de seu hábitat, causando falta de alimentos ou água, causam o deslocamento de animais na busca de áreas preservadas. Há inúmeras outros fatores que podem ter levado o cachorro-do-mato até o asfalto: seu território foi dividido dificultando a procura por parceiros, fuga da presença humana, alguma carcaça de bicho morto o atraiu, etc.

Essas explicações raramente aparecem na imprensa. Os jornalistas sequer entrevistam biólogos ou outros especialistas para tentar entender o ocorrido. A imprensa ainda não entendeu a dimensão do problema: 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados em estradas e rodovias brasileiras todos os anos.

Os atropelamentos ficam parecendo “obra do acaso”, um azar do animal.

– Leia a matéria completa do portal G1

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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