Bugio na Bahia: vítima do tráfico, do cativeiro e do abandono

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
18 de julho de 2012
Em 16 de julho de 2012, uma denúncia anônima levou uma equipe da Polícia Rodoviária Federal  até o km 908 da BR-116, no município de Cândido Sales (BA). No local indicado, foi encontrada uma caixa e, dentro dela, um bugio. O animal foi levado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas/Ibama) de Vitória da Conquista.

Bugio encontrado em caixa na Bahia
Foto: Divulgação Polícia Rodoviária Federal

“Pela dentição do macaco, que é macho, o Cetas identificou que se trata de um adulto jovem. “É uma espécie que ocorre aqui na região, mas não é muito comum. Ele aparenta ter sido criado em cativeiro, pois não demonstrou medo na presença das pessoas”, completa a veterinária.” (veterinária Rosana Ladeia) – texto da matéria “Macaco encontrado pela PRF recebe tratamento e já se alimenta na Bahia”, publicada em 17 de julho de 2012 pelo portal G1

Como animais da espécie Alouatta guariba não são comercializados, é praticamente certo que o macaco foi capturado, ainda filhote, na natureza . É uma hipótese, mas com bastante fundamento.

Não bastasse a retirada da natureza, o cativeiro foi caracterizado por maus tratos.

‘”Ele chegou aqui muito debilitado, bastante magro. Aplicamos anti-parasitários e ele já está comendo. Toda a equipe trabalha para sua recuperação”, diz Rosana Ladeia, veterinária. “O estado geral dele não é bom, ele está extremamente magro, com pelo sem brilho, pouca densidade de pelo, com várias escoriações pela perna e principalmente pelo rabo, além de escoriações já cicatrizadas e outra acima do nariz. O estado geral dele é de subnutrição”, explicou o coordenador do centro de triagem, Aderbal Azevedo.’ – texto do G1

Bugio se alimentando no Cetas de Vitória da Conquista (BA)
Imagem: Reprodução TV Sudoeste

Agora, o bugio foi vítima de abandono. O que teria acontecido para o animal se deixado no acostamento da rodovia?

Uma resposta possível: muita gente adquire animais (não só do tráfico) ainda filhotes. Afinal, são bonitinhos e cativantes. Mas, os silvestres, quando adultos, passam a ter comportamentos mais agressivos ou inadequados sob o ponto de vista de quem os comprou ou capturou. O resultado dessa incompatibilidade é, muitas vezes, o abandono.

Por isso, cães e gatos são ideias para a convivência com os humanos. Pense nisso.

– Leia a matéria completa do G1

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Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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