Aumento de denúncias: será que a mentalidade está mudando?

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
06 de janeiro de 2014
“A maior ocorrência de denúncias anônimas da população de Ponta Grossa e região durante o ano de 2013 possibilitou a libertação de aproximadamente 450 aves silvestres mantidas em cativeiros ilegais. O crime é considerado rentável no mercado negro. As aves são valoradas pela espécie e canto. Alguns pássaros podem chegar a valer até R$ 10 mil.

Apreensão de aves em Ponta Grossa
Foto: Arquivo Diário dos Campos


“São as denúncias que nos levam a muitos cativeiros ilegais. Também realizamos patrulhamento em estradas rurais, abordagens e bloqueio em vias, encontrando outros casos. Mas a colaboração da população é fundamental”, finaliza. (sub-tenente da Polícia Militar Ambiental do Paraná, Jamil Dainelli)”
– texto da matéria “Denúncias intensificam apreensões de aves silvestres”, publicada em 5 de janeiro de 2014 pelo site do jornal Diário dos Campos

Desde a Idade Média, a civilização ocidental cultiva o hábito de manter animais silvestres em cativeiro doméstico. Seja por motivos de alimentação, por companhia ou ornamento. E essa cultura chegou ao Brasil com os portugueses e demais europeus.

Os indígenas que habitavam o Brasil também mantinham animais em cativeiros nas aldeias. Ao chamados xerimbabos (em tupi, “coisa muita querida”) eram os silvestres criados como bichos de estimação.

Esses universos europeu e indígena se encontraram após 1500 e se fundiram na cultura brasileira. Até 1967, isto é, 467 anos depois do encontro das culturas, o comércio de animais silvestres foi permitido no Brasil. Somente com a Lei Federal nº 5.197, a chamada de Lei de Proteção à Fauna, é que a criação e venda sem autorização passaram a ser crimes. Nasce o tráfico de fauna.

Esse processo histórico não será revertido rapidamente. O hábito de manter silvestres em cativeiro, que alimenta boa parte do tráfico de fauna no Brasil, precisa de um sério e contínuo trabalho de educação ambiental, conscientizando a população dos problemas ambientais e de saúde pública envolvidos. A repressão, a legislação e a infraestrutura para solturas e destinação adequada dos bichos são necessários, mas sem a redução da demanda não funcionam.

As denúncias são um bom indicativo que educação ambiental tem um bom potencial para a mudança desse cenário.

– Leia a matéria completa do Diário dos Campos

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

Newsletter do Fauna

Resumo semanal do que foi notícia no
universo dos animais silvestres.

Busca

Fauna ZAP
1
Olá! Eu quero receber as notícias do Fauna News. 😃 🐾