
“Foi instalado neste mês o primeiro redutor de velocidade na rodovia PRC-280, próximo à Estação Ecológica (Esec) Mata Preta (SC). Em um trecho de aproximadamente 600 metros, foram aplicadas faixas sonorizadoras, que, juntamente com as novas placas de sinalização, chamam a atenção dos motoristas sobre a presença de animais silvestres no local. Desde 2012, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná discutem soluções para reduzir o número de atropelamentos de animais silvestres nas rodovias e estradas do entorno da Unidade de Conservação (UC).
A Esec Mata Preta é uma unidade de conservação federal composta por três fragmentos florestais entrecortados por rodovias e estradas. A equipe da UC iniciou o monitoramento dos atropelamentos de animais silvestres em 2009. O objetivo é dimensionar o impacto sobre a população de espécies da fauna silvestre e verificar a necessidade de adoção de medidas para reduzi-los. Os resultados têm sido alarmantes, com registro de 566 atropelamentos de fauna entre 2009 e 2013, de acordo com o relatório técnico do monitoramento, disponível no endereço eletrônico http://migre.me/l54iK. Além do impacto na biodiversidade, causado pela redução das populações de algumas espécies mais comumente atropeladas, a presença de animais nas rodovias pode causar graves acidentes com veículos em alta velocidade. Nas estradas monitoradas, há trechos que permitem velocidades de até 110 km/h.
(…) O redutor instalado está em fase experimental e será feito monitoramento dos veículos para verificar a velocidade e o impacto na redução dos atropelamentos da fauna. Outros quatro redutores do mesmo tipo devem ser instalados nos próximos meses. Melhorias na sinalização nas áreas mais críticas e promoção de campanhas educativas na mídia local, rodovias, centro de formação de condutores e escolas de educação formal também são temas de debate.” – texto da matéria “Redutor de velocidade é instalado no entorno da Estação Ecológica Mata Preta”, publicada em 23 de setembro de 2014 pelo site da rádio 100,7 FM
Infelizmente, sinalização e redutores de velocidade podem não ser o suficiente para reduzir o massacre de animais silvestres atropelados na rodovia. O coordenador do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Andreas Kindel, é um dos que não acredita na eficiência das placas. É necessário um conjunto de ações, que deve incluir um programa de conscientização permanente dos motoristas, que ainda está sendo estudado. Pode parecer pessimismo, mas é difícil acreditar que o poder público irá investir em campanhas de educação de longo prazo. Talvez façam algo quer dure alguns meses. Tomara que não.
Chama a atenção na matéria o fato de a instalação de radares não ter sido cogitada. Quando o bolso das pessoas é ameaçado, o resultado é mais eficiente. Multas também são educativas.