Atropelamento de animais: ONG cearense faz campanha para alertar motoristas

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
29 de junho de 2011
A Associação de Proteção à Vida (Aprov), com sede na cidade de Crato, região do Cariri, no sul do Ceará, lançou a campanha “Eu freio para os animais”. Ao ler a notícia  sobre o trabalho da ONG, veiculada em 28 de junho pelo site Agência da Boa Notícia, percebe-se que a intenção é acabar com os atropelamentos de animais domésticos e de serviço (cavalos, por exemplo).

A campanha engloba orientações para o público e a venda de adesivo com o slogan “Eu freio para animais”. Não há menção de animais silvestres.

Mesmo assim, resolvi abordar novamente o tema dos acidentes envolvendo veículos e a fauna silvestre. Em 21 de junho, escrevi “Animais silvestres também são vítimas da barbárie das estradas”, em que salientei uma parte do cotidiano dos profissionais do Zoológico de Piracicaba (SP):

“O Zoológico de Piracicaba atendeu 106 animais selvagens vítimas de atropelamento em rodovias da região durante os cinco primeiros meses do ano. Só entre os mamíferos, houve um aumento de 1.150% na incidência desse tipo de acidente de 2005 até 2010. Boa parte desses animais está em risco de extinção.” – texto do site da EPTV de Piracicaba reproduzido no Fauna News

O zoológico recebeu, em 2010, 360 animais atropelados – praticamente um por dia, na média – e outros106 até maio deste ano. O problema também ocorre com intensidade nas rodovias federais do Mato Grosso do Sul (região do bioma Pantanal). Segundo a Polícia Rodoviária Federal, 203 mortes de animais silvestres foram registradas apenas nas estradas federais daquele Estado.

Esse tipo de ocorrência vai persistir enquanto o poder público não tomar efetivas providências na gestão das estradas que cortam áreas com ocorrência de fauna silvestre e deixar que ONGs, como a Aprov, faça parte do trabalho: o de conscientização e educação dos motoristas.

Além do poder público atuar na conscientização dos condutores de veículos, uma alternativa para reduzir os atropelamentos seria utilizar aspectos das“estradas-parque”em vias de circulação de veículos em áreas com alguma ocorrência de animais silvestres (sinalização intensiva e adequada, redução dos limites de velocidade, estruturas especiais de travessia para animais, etc). Para o biólogo Afrânio José Soares Soriano, docente do campus de Registro da Universidade Estadual Paulista (Unesp) – que fez seu doutorado sobre esse tipo de via – “estradas-parque”geralmente se referem a rodovias que causam o mínimo impacto ambiental e passam por áreas protegidas e de grande beleza, onde se realizam atividades de lazer e se pode apreciar a paisagem.

– Leia a matéria sobre a campanha da ONG cearense.
– Releia “Animais silvestres também são vítimas da barbárie das estradas”, do Fauna News.
– Conheça a tese de doutorado de Afrânio José Soares Soriano.

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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