Por Dimas Marques
Editor-chefe
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“Um casal foi preso na Grande São Paulo abrigando e vendendo animais silvestres. Filhotes de araras e saguis foram encontrados depois de uma denúncia anônima em uma casa em Santo André, no ABC.
A comandante da Guarda Municipal conta que o casal detido admitiu comercializar os animais. E a mulher ainda usava uma tornozeleira eletrônica por já ter sido presa pelo mesmo crime.
“Demonstra pra gente um descaso”, disse Vincenzina de Simone, comandante da GCM. “É como se ela não fosse ser penalizada.”
Uma arara apreendida tem um mês e meio. As outras, que ainda nem desenvolveram penas, mal tem um mês de idade. Elas foram encontradas nessa bacia. Já os saguis estavam em duas gaiolas. A princípio a polícia contou 20, mas depois os biólogos separaram os animais e descobriram que eram 29 amontoados nas duas gaiolas. Um morreu.” – texto da matéria “Casal é preso vendendo araras e saguis no ABC paulista”, publicada em 17 de junho de 2020 pelo portal R7
De acordo com a Prefeitura de Santo André, a responsável pelo imóvel alegou ter adquirido os animais de uma pessoa de Guarulhos e pretendia revendê-los. O casa, que usava aplicativos de troca de mensagens para acertar as vendas, foi levado para a Delegacia de Meio Ambiente do município.
Casos como esse demonstram a necessidade de o poder público investir em educação ambiental para a redução de crimes contra a fauna, principalmente o tráfico de animais. A legislação é fraca e raramente alguém é condenado por participar do comércio ilegal de silvestres. E quando alguém é punido, como no caso da mulher que já usava uma tornozeleira eletrônica, a pena não consegue cessar a atividade do infrator.
Somente com investimento sério em uma projeto de conscientização da população é que o tráfico de animais silvestres terá alguma redução efetiva. Uma parcela muito grande da população gosta de ter silvestres como bichos de estimação (passarinhos, papagaios, araras, saguis, iguanas, etc.) e, mesmos sabendo ser ilegal, compram de traficantes.
O comprador sustenta o tráfico. Sem compradores, os bandidos procurariam outra atividade para ganhar dinheiro.