A fiscalização é essencial, mas tem de ser uma rotina aliada à educação ambiental

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
13 de março de 2013
“Com o objetivo de combater ilícitos ambientais, como caça e tráfico de animais silvestres, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou operação de fiscalização no Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Veredas do Oeste Baiano, unidade de conservação na Bahia e com sede no município de Mambaí (GO). A operação intitulada de “Fiscalização Catitu” ocorreu no período de 22 de fevereiro a 3 de março. (…)

Veículo é abrodado durante operação
Foto: Divulgação ICMBio / Ivan Baptiston

No total, foram encontradas, na posse de infratores ou em suas residências, a carne ou partes de 14 animais silvestres, incluindo um tatu-canastra (Priodontes maximus) e uma jaguatirica (Leopardus pardalis), espécies ameaçadas de extinção.

Foram cumpridos, ainda, cinco mandados de busca e apreensão – dois na cidade de Jaborandi, na Bahia, e três no município de Mambaí, no Goiás. Na ocasião, foram apreendidos sete canários (Sporophila sp.), uma aratinga-de-testa-azul (Aratinga acuticaudata) e um curió (Sporophila angolensis), além de diversas gaiolas e arapucas para captura de pássaros. Todos os canários, devido ao estado de estresse, foram devolvidos imediatamente à natureza.” – texto da matéria de divulgação do ICMBio, publicado no site do órgão em 5 de março de 2013

Operações de combate ao tráfico de animais e à caça ilegal em Unidades de Conservação são essenciais, mas não podem ficar restritas a ações esporádicas. O trabalho desenvolvido pelo ICMBio e órgãos envolvidos no RVS Veredas do Oeste Baiano foi essencial e praticamente cirúrgico, pois já tinha alguns alvos a serem atacados. Tais investidas são fundamentais, contudo carecem de um caráter educativo caso a presença da fiscalização não esteja no cotidiano das comunidades.

O que não se vê também, ou porque não é feito ou porque não é divulgado, é um trabalho rotineiro de educação ambiental. A fiscalização tem, além do caráter repressor e punitivo, um aspecto conscientizador – mesmo que sem a ajuda de uma boa legislação. Mas, as mudanças de comportamento efetivamente ocorrem quando as comunidades recebem informação de qualidade e em formato acessível. A população tem de conhecer os problemas (ambientais e de saúde pública) envolvidos no tráfico de fauna e na caça.

Enquanto fiscalização e educação ambiental não andarem juntas, os animais silvestres continuarão a serem vítimas de hábitos atrasados. Pior ainda em Unidades de Conservação.

– Leia o texto completo do ICMBio

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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