“A Polícia Militar de Meio Ambiente de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, encontrou quatro cobras de uma espécie norte-americana na manhã de terça-feira. O responsável pelos animais, de 38 anos, foi detido.
De acordo com o sargento Eduardo Venâncio, o suspeito tem uma casa de pássaros no Bairro Santa Mônica e foi alvo de denúncia. Chegando ao local, eles encontraram dois filhotes de corn-snake (cobra-do-milho). “Ele fala que conseguiu de clientes, que não sabia que não podia vender. Mas ele tinha tanta ciência que já escondia elas debaixo da prateleira”, diz o militar. Segundo ele, os animais não estavam em situação de maus-tratos.
Na casa do comerciante, foram encontradas outras duas cobras adultas, da mesma espécie. Elas ficavam em um terrário dentro do imóvel. “O que deu para a gente entender é que ele tinha a matriz em casa, fazia a reprodução e vendia”, explica o sargento Eduardo, dizendo que o suspeito não assume do delito. Um canário-da-terra sem anilha também foi encontrado no imóvel.” – texto da matéria “Comerciante é detido vendendo cobras em loja de Uberlândia”, publicada em 28 de julho de 2015 pelo site do jornal Estado de Minas
Se houvesse fiscalização rotineira nos estabelecimentos autorizados a vender animais, como pet shops, muitos casos como o ocorrido em Uberlândia seriam descobertos. E não estariam restritos a animais de espécies exóticas, isto é, não nativas do Brasil. Certamente, seriam encontrados – em maior número até – silvestres da fauna brasileira.
Infelizmente, o Brasil (União, Estados e Municípios) não têm um programa para combater o tráfico de fauna, um trabalho que deveria englobar:
– programas de geração e substituição de fonte de renda para combater a pobreza nas áreas de coleta e captura;
– repressão eficiente e sem corrupção;
– legislação com punição severa, tipificando o crime “tráfico de fauna” e diferenciando as penas para quem cria sem autorização das penas para quem trafica;
– educação ambiental, afinal sem demanda não há comércio; e
– boa infraestrutura para o pós-apreensão, com:
a) técnicos para primeiros socorros aos animais durante as apreensões;
b) rede de Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que recebem, realizam os primeiros cuidados e dão destinação aos bichos, estruturada e preparada;
c) procedimentos eficientes para solturas (introdução, reintrodução e revigoramento populacional);
d) áreas para solturas credenciadas e espalhadas por todos os biomas; e
e) monitoramento pós-soltura para correção de rotas e aferição de sucesso de metodologias.
O poder público investe, um pouco, na repressão em feiras de rua ou quando recebe denúncias. Fora isso, o tráfico de fauna corre solto pelo país.
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